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Repórter da Al Jazeera relata agressão após ser presa em Jerusalém

Jornalista da Al Jazeera Givara Budeiri é presa por forças de Israel durante protesto - Anadolu Agency/Anadolu Agency via Getty Images
Jornalista da Al Jazeera Givara Budeiri é presa por forças de Israel durante protesto Imagem: Anadolu Agency/Anadolu Agency via Getty Images

Do UOL, em São Paulo

06/06/2021 13h05

A repórter da Al Jazeera Givara Budeiri foi libertada após passar horas sob custódia da polícia israelense ontem (5). A jornalista foi detida enquanto cobria uma manifestação no lado oriental de Jersualém e, após a detenção, relatou ter sido chutada pelas autoridades.

De acordo com a Al Jazeera, a correspondente em Jerusalém foi agredida durante a prisão e os policiais também destruíram os equipamentos do repórter cinematográfico Nabil Mazzawi.

"Eles vieram de todos os lados, não sei o porquê eles me empurraram contra a parede. Eles me chutaram muito dentro do carro, me chutaram em todos os lugares", disse a jornalista à Al Jazeera após sua libertação.

Budeiri cobria uma manifestação palestina do aniversário do Naska (revés, em tradução livre), data que marca a ocupação de tropas israelenses em Jerusalém Oriental, Cisjordânia e Faixa de Gaza no ano de 1967.

No momento da prisão, a jornalista usava um colete com a inscrição "imprensa", em inglês. Ao chegar na delegacia, Budeiri afirmou que foi tratada "como uma criminosa" e acusada de ter chutado uma soldada, o que ela nega.

A repórter diz que foi solta com a condição de não voltar ao bairro Sheik Jarrah, onde aconteciam os protestos, num período de 15 dias.

Ataque israelense a prédio da imprensa??

A prisão da jornalista acontece durante um período de tensão entre as forças de Israel e a imprensa. Em 15 de maio, durante conflito com o grupo radical islâmico Hamas, um prédio que abriga escritórios de diversos veículos de mídia, incluindo a Al Jazeera, foi bombardeada por Israel.

Um homem resgata itens da Torre Al-Jalaa na cidade de Gaza, um prédio que hospedava os escritórios da agência de notícias Associated Press e também do canal de televisão inglês Aljazeera, destruído por um ataque aéreo israelense durante o recente conflito militar entre Israel e o Enclave palestino governado pelo Hamas, após um cessar-fogo intermediado pelo Egito. - MAHMUD HAMS / AFP - MAHMUD HAMS / AFP
Um homem resgata itens da Torre Al-Jalaa na cidade de Gaza, um prédio que hospedava os escritórios da agência de notícias Associated Press e também do canal de televisão inglês Aljazeera, destruído por um ataque aéreo israelense durante o recente conflito militar entre Israel e o Enclave palestino governado pelo Hamas, após um cessar-fogo intermediado pelo Egito.
Imagem: MAHMUD HAMS / AFP

Em um comunicado, a Al Jazeera condenou o ataque.

"Condenamos veementemente o bombardeia e a destruição dos nossos escritórios por militares israelenses em Gaza, e vemos isso como um ato claro de impedir os jornalistas de cumprirem seu dever sagrado de informar o mundo e relatar os acontecimentos no local".