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Atriz de 'Doze é Demais' revela trauma após buscar terapia de 'cura gay'

Alyson Stoner, atualmente com 27 anos, interpretou Sarah nos filmes "Doze é Demais" e "Doze é Demais 2" - Reprodução/Instagram/
Alyson Stoner, atualmente com 27 anos, interpretou Sarah nos filmes "Doze é Demais" e "Doze é Demais 2" Imagem: Reprodução/Instagram/

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/07/2021 12h35

Alyson Stoner, conhecida por seus papéis nas sequências de "Doze é Demais" e "Camp Rock", se assumiu como parte da comunidade LGBTQIA+ em 2018. A atriz que atualmente se considera pansexual revelou ter buscado uma "terapia de conversão" para lidar com a sua sexualidade.

Alyson relatou que ao se apaixonar por uma mulher pela primeira vez entrou em conflito com a própria religiosidade.

"Eu me senti presa, péssima, senti que tudo estava errado comigo, embora eu, no fundo do meu coração, só quisesse ser uma devota seguidora de Deus", afirmou em entrevista a "Insider".

"Então, ouvir de pessoas que você confia, respeita e admira, que você é podre e abominável e está marcada pelo diabo por causa da sua posição em Hollywood, leva você a uma espiral. Pelo menos pra mim, eu só queria fazer a coisa certa", continuou a também dubladora, que teve como "terapeutas" pastores, numa espécie de promoção da "cura gay".

A atriz conta que a experiência foi tão dolorosa que chega a ser difícil falar sobre:

"Minha mente nem quer pensar nisso. Minhas pernas começam a tremer só de pensar em reviver um pouco daquilo. Eu sei em primeira mão o quão perigoso isso foi pra mim como alguém que tinha acesso a terapia e outras formas de apoio", declarou.

E eu ainda estava pensando se minha vida valia a pena ser vivida. Se tudo em mim estava errado, então porque seria bom me ter por perto? Eu comecei a me ver como alguém que só fazia mal aos outros.

Alyson disse que esse tipo de "terapia" pode resultar em pessoas tirando suas próprias vidas, pois elas se sentem tão envergonhadas e tristes sobre si mesmas que acreditam que não pertencem a lugar nenhum e não têm valor para a sociedade.

"Os perigos são mensuráveis. Mesmo se alguém sair disso [dessa experiência] e disser: 'Ei, não, estou vivendo uma ótima vida', há cicatrizes ali. Existem sombras", afirmou a atriz.

"Então, sim, ainda não sou capaz de voltar e detalhar o que aconteceu, o que é um indicador de como aquele capítulo foi difícil para mim", finalizou Alyson.