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Interesse econômico e medo impedem manifestação de artistas, analisa Betti

Colaboração para o UOL

05/10/2021 11h38

O ator Paulo Betti disse hoje que, além do interesse econômico, que pode ser um freio, muitos artistas estão com medo de se manifestarem e se engajarem politicamente, no contexto atual.

"Às vezes as pessoas não querem fazer isso porque vão perder seguidores. Cada um mede com seu próprio sarrafo essa questão de se envolver ou não. um interesse econômico em jogo, que é você não desagradar parte de seu público manifestando sua opinião", afirmou durante o UOL Entrevista desta terça-feira (5). "Tem mil motivos que as pessoas não querem se expor, não querem falar. Muita gente está com medo, sim, medo, ameaça mesmo. Nós estamos vivendo um regime mesmo muito perigoso", completa.

"Hoje em dia, se você for abrir uma peça de conteúdo um pouco, vamos dizer assim, um pouco mais explosivo politicamente, definidamente, você corre o risco de ir algum maluco lá e... entende", comenta.

Betti afirma que continua indo às passeatas e que "não consegue não militar". "Eu me sinto desafiado na minha moral, na minha ética, na minha mais profunda verdade que, se eu não for as ruas pelas matas, florestas que estão sendo destruídas, qual outra motivação que eu tenho para ir às ruas. As pessoas mortas, a mentira deslavada que a gente vê. Eu não consigo não militar," afirma.

O ator também disse que aceita uma "trégua de Natal" com Ciro Gomes. "Acho que o Ciro podia compor muito bem com o Lula [..] Ciro não se contenta com nada mais e nada menos do que a presidência da República. Eu sonho com um debate entre Lula e Ciro. Olha que beleza seria um segundo turno com esse debate", comenta.