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Samara Felippo denuncia racismo contra filhas: 'Não vou deixar passar'

Colaboração para o UOL

08/10/2021 15h41

Samara Felippo foi a convidada de hoje das jornalistas Cynthia Martins e Milena Teixeira no Pretoteca, podcast comandado por elas para a Rádio BandNews FM.

A atriz de 41 anos voltou a comentar a respeito dos ataques racistas sofrido nas redes sociais por ela e suas filhas - Alícia, 12 anos, e Lara, 8, fruto do relacionamento com o jogador de basquete Leandrinho Barbosa.

Na última terça-feira (5), Samara divulgou em seu perfil no Instagram mensagens de uma seguidora que criticava os cabelos das meninas. "Cabelo horrível, bota 'alisante' nisso" e "cabelo de suas filhas são horrorosos" foram algumas das ofensas disparadas pela internauta.

"Estou atrás dessa pessoa. Já fiz um B.O. [boletim de ocorrência] e não vou deixar passar! Porque não vão passar!

Segundo ela, não foi a primeira vez que Alícia e Lara tiveram que lidar com ataques de cunho racial em tão tenra idade. "Os dois primeiros ataques [racistas] que elas sofreram foram cara a cara. Eu nem tive que contar. O que eu fiz foi nomear [como racismo]."

Educando para transformar

A atriz recordou uma ocasião em que, enquanto brincava com colegas de escola em um condomínio da Barra da Tijuca, Alícia tentou defender um garoto mais novo de provocações feitas por adolescentes e foi ofendida por eles. "Neguinha, sai daí", "marrenta" e "neguinha de cabelo ruim" foram algumas das ofensas que a menina ouviu desses jovens.

"É a primeira coisa que vem na boca do racista. Depois que virei bicho [contra os agressores], eu fui saber como minha filha estava. 'Não, mãe, eu estou bem'[, afirmou Alícia.] 'Você entendeu o que aconteceu aqui? Isso é racismo!' Estou sempre nomeando", explica.

Despertar nas filhas a consciência de raça, aliás, é uma preocupação antiga de Samara na educação das meninas. "Costumo dizer que a maternidade furou minha bolha branca", ressalta. Segundo ela, isso foi despertado a partir de um episódio na infância da primogênita.

"A Alícia quis alisar o cabelo dela com 7 anos de idade. Aquilo foi um baque muito grande para mim. Me perguntei o porquê [do desejo da filha] e comecei a minha busca incessante de fazer com que a minha filha se enxergasse. Ela queria alisar o cabelo porque só tinha amigas brancas de cabelo liso", analisa.

"Fui atrás de livros com protagonistas negras, fui atrás de mulheres poderosas, mulheres pretas em cargos relevantes e de poder - blogueiras, cantoras, atrizes, filósofas... Fui mostrando para ela o lugar que essas mulheres ocupavam, que também pertence a ela. Fui trazendo bonecas pretas representativas, para que elas pudessem se ver naquilo", enumera, orgulhosa da educação que vem dando às pimpolhas.