Apenas Marcos e Flávia estão aproveitando a "Nova Chance"em "A Fazenda"
O nome da atual temporada de "A Fazenda" é mais que um conceito - chega a ser uma orientação aos repetentes de reality show. A produção reuniu um elenco valoroso de ex-celebridades, sub-celebridades e não-celebridades, todos rejeitados em algum momento de suas participações anteriores em programas dessa seara.
Mas além do evidente desprendimento pela disposição de enfrentar novamente o cruel jugo popular, deve-se louvar os participantes pela coragem que chega a ser filosófica.
Dizia Nietzsche: “torna-te quem tu és”.
Na interpretação de Paulo Ghiraldelli, doutor e mestre em filosofia pela USP, “a frase é um imperativo ético: faça-se, reconstrua-se, seja o que você decidiu e que, enfim, é o que você é, pois talvez não exista outro para ser você senão aquele que você vai colocar na jogada por decisão sua.”
Os ‘peões’ estão repetindo os erros do passado, o que só evidencia o fato de que acreditam que o público virou as costas para eles no passado por conta de um rápido devaneio coletivo.
Matheus segue usando de intrigas para construir laços afetivos. Yuri retornou intempestivo e intragável, como de praxe. Rita segue tão amargurada quanto das outras vezes. Monique usa a baixa auto-estima como improvável arma de preservação e acaba se anulando. Ié Ié disfarça a falta de empatia forçando a amizade. Conrado continua deitado, lamentando a mera existência de todos os outros. Dinei está firme na confusão entre o que é realidade e o que é um mesquinho juízo de valor. Fábio Arruda não chega a ter paciência para viver em comunidade, e me parece surpreendente que tenha topado voltar para o confinamento. E eu nem vou falar do Justus…
Mas tem dois casos extraordinários nessa história toda.
Marcos não foi “traído” pelo público. Entre todos os participantes que saíram de programas baseados no crivo popular, só ele não foi eliminado pela audiência, mas por uma decisão (acertadíssima) da produção do "BBB".
Então é natural que ele esteja agindo com toda a empáfia que lhe rendeu tantas famas no primeiro trimestre, ainda mais depois de ver que existe todo um séquito que continua a favor de suas atitudes.
Mas ao entrar em rota de colisão com Flavinha, pode sacramentar seu fracasso.
A ex-BBB foi uma coadjuvante de luxo na mais eloquente edição de um reality show em todos os tempos, mas deixou uma ótima impressão em todos. Não fazia parte da trama central daquele ano, onde todas as atenções estavam voltadas para Alemão, Siri, Fani e Caubói, e ainda assim saiu por cima.
Mantém a postura correta e sensata em "A Fazenda", então a “Nova Chance” está servindo como reforço para suas características mais positivas, ao contrário de seus adversários que estão outra vez deixando à mostra suas falhas mais humanas em rede nacional.
Correção e sensatez não costumam garantir boa audiência, tampouco o sucesso nesse tipo de competição. Mas é bom ter uma voz dissonante em uma edição quase exclusiva de “vilões”.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
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