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De onde vem a tristeza de Rita Cadillac em "A Fazenda"?

Reprodução/Record
Imagem: Reprodução/Record

Especial para o UOL

01/12/2017 05h01

Rita Cadillac, segurando um copo de sofrimento numa mão e um cigarro na outra, estava num canto escuro do balcão entre duas loiras atraentes, mas já um tanto cansadas, que esperavam ouvir alguma palavra dela.

"Eu não estou triste com ninguém. Estou triste comigo. Estou triste comigo". 

E parece ser a mais pura verdade. Rita Cadillac está devastadoramente infeliz, desde o momento em que pisou em "A Fazenda". E estou me referindo à época em que a sede ainda ficava em Itu, nos idos de outrora.

Reality shows são, em última instância e em primeiro grau, programas de entretenimento. Um passatempo leve e familiar, com eventuais choques e explosões, como nos melhores filmes de Michael Bay. Os participantes desse tipo de concurso de popularidade costumam ser figuras com notável desprendimento social, dispostos a protagonizar um sem número de situações constrangedoras. Mas não a Rita. De jeito nenhum a Rita.

A eterna chacrete parece ressentida com coisas que lhe aconteceram longe de Itapecerica da Serra. Uma sucessão de desencontros, uma percepção equivocada por parte da sociedade, não sei.

A mulher é um ícone, desses que aparecem poucas vezes em cada geração. Está na boca do povo há coisa de 40 anos. Mas parece acreditar que está é com o nome na boca do sapo. Tudo é pesado.

O mero retorno para mais uma chance em "A Fazenda" parece significar um ponto baixo em sua trajetória, ao mesmo tempo em que a ideia de se livrar do confinamento surge como um possibilidade igualmente trágica.

Onde Rita Cadillac gostaria de estar? Não faço a menor ideia. Talvez a salvo, seja lá do que for. Mas sei da sorte que ela teve: - se a Rita acha que foi ruim participar, é porque não sabe como foi sofrido assisti-la em "A Fazenda". Voltamos a qualquer momento com novas informações.