"Falta de apoio da Globo é culpa de ex-BBBs deslumbrados", diz Cézar
Campeão do “BBB15”, Cézar Lima seguiu rigorosamente durante 11 anos a mesma agenda extenuante para conseguir realizar o sonho de ser selecionado para o reality da Globo. De tão acostumado que estava em se inscrever para o programa que estreia a nova temporada na terça-feira (19), neste ano ele estranhou ficar de fora do competitivo processo seletivo cujas etapas ele sabe de cor e salteado há tempos.
“Além de ser estranho, na mente acabamos vivendo todo esse ritual novamente porque quando terminam as inscrições já estão abertas as próximas. Nas inscrições anteriores, eu tinha a sensação de renovar as expectativas e ir atrás do meu sonho. Tem a etapa da seleção regional, enviar fotos, preencher questionário, ficar esperando a seletiva no Estado e, dando certo, já focar as energias para a seletiva nacional”, enuncia.
Natural de Guarapuava, no interior do Paraná, o caipira de vocabulário incompreensível, avesso às panelinhas da casa e que gostava de se defender como alguém “de coração puro e verdadeiro”, perseverou em se tornar um brother por dois objetivos: fazer carreira na televisão e tentar uma candidatura política. Passado quase um ano de sua participação vitoriosa, Cézar diz que, concluído seu contrato com a Globo, sente-se pronto para investir em um programa popularesco para a TV cuja ideia ele mesmo formatou. Nessa empreitada, tem visitado emissoras locais da região sul do país a fim de apresentar o projeto.
“É um programa jornalístico, mas ao mesmo tempo descontraído, que visa trazer a realidade do povo paranaense para a televisão. Em uma das pautas, eu vou a uma periferia de Curitiba e faço o contraste com o que diz a Constituição – será que é possível para uma família viver com um salário mínimo e ter o necessário para saúde, moradia, educação, transporte, vestuário...?”, exemplifica.
Animado em explicar o programa, que teve um piloto divulgado no YouTube, Cézar detalha os assuntos que gostaria de abordar em episódios de até quarenta minutos. A proposta é que, em cada um deles, ele viva a realidade social que pretende denunciar, como passar um tempo em celas com presidiários ou vivendo a rotina de um policial militar. Consciente de que não é um formato inédito, o ex-BBB se aponta programas que possuem intenção semelhante, como o "Profissão Repórter", da Globo, e "A Liga", da Band, mas diz que o seu “possui mais profundidade”.
"O objetivo é responder as seguintes questões: O que vai mudar na vida do telespectador e do personagem do programa? O que o programa vai trazer como reflexão na sociedade? Pode ser um ensinamento sobre a cultura da nossa legislação”, destaca.
Cézar diz se identificar com Geraldo Luís, que comanda o “Domingo Show”, na Record, e que para ele é “um dos melhores apresentadores do país”. “Ele é um contador de histórias e é isso que eu pretendo ser. Eu venci o ‘BBB’ contando a minha história e agora quero ter a oportunidade de contar as histórias dos outros”, diz ele, que começou a fazer aulas de fono para deixar o sotaque menos carregado.
Falta de espaço na Globo
O espaço que Cézar quer conquistar na TV foi recusado a ele na Globo, o que ele diz ser natural graças a má reputação de ex- participantes que saíam do reality considerando-se estrelas do canal. Mesmo assim, diz que seu programa combinaria mais se exibido em uma emissora que ele acredita ter mais apelo popular.
“Pela leitura que eu faço, houve muito deslumbramento nas edições anteriores. As pessoas meio que acabaram inflando a autoestima e se comparando a grandes atores da casa, querendo tratamentos privilegiados. Isso acabou criando constrangimentos. A partir do momento que há um mau exemplo, isso se reverbera em todos que participam da mesma cultura, no caso dos outros ex-BBBs”, protesta. “Diferente de um ‘The Voice’, o ‘BBB’ não revela novos talentos. O programa não é um caça-talentos. É um reality em que você vive o seu personagem, monta o seu enredo e dramatiza o seu melhor”, explica.
O paranaense se diz grato por ter passado pelos programas que já fazem parte do circuito de quem deixa o reality, como “Mais Você” e “Encontro com Fátima Bernardes”, mas lamenta as demais portas que não se abriram. “Enviei projetos para participar dos programas do Luciano Huck, Jô Soares, Faustão..., mas infelizmente não foram aprovados. Eu sempre fui bem recebido com as minhas pautas, mas elas só não foram atendidas. Quem sabe um dia, né? (risos)”, afirma.
Prêmio e reforma da casa dos pais
Economista formado, Cézar investiu no banco o prêmio de R$ 1,5 milhão que ganhou no “BBB15”. Hoje, diz que graças aos rendimentos das aplicações já aumentou em R$ 200 mil o que faturou no reality.
“Esse prêmio vou usar na minha aposentadoria. Isso também me incentiva a ir atrás de trabalhos, com os quais consegui reconstruir a casa da minha mãe”, diz ele, que afirma ter um salário de até R$ 25 mil só com eventos e comerciais que faz pelo Brasil. “Eu só não demoli [a residência dos pais] e não recomecei do zero porque o meu pai não deixou, já que a casa tem toda uma questão sentimental, de luta para ser conquistada”, explica.
A casa, que fica em Guarapuava, ganhou sete cômodos (totalizando 10), área de lazer com churrascaria, decoração nova e mobília renovada. Até o final do mês ele espera concluir a reforma que recebeu um investimento de R$ 120 mil. Além de uma qualidade de vida melhor que ofereceu para os pais e irmãos, Cézar terminou a faculdade de Direito e também passou a promover uma dupla sertaneja.
Relação com Tamires: “Estou na fase da conquista”
No campo amoroso, Cézar se reaproximou de Tamires, com quem ensaiou um romance na casa que acabou acontecendo distante dos olhares do público. Os dois começaram a ficar em outubro, quando deram um beijo em um evento em Guarulhos (São Paulo) motivados pela torcida dos fãs.
O ex-BBB diz que eles ainda estão se conhecendo melhor e por isso prefere não chamar de namoro.“Casamento? Ainda é muito cedo para falar disso. Primeiro tem que conquistar. Ela não é tão fácil assim. Não é tascou, levou. Ainda estou numa fase de conquista. Só basta perseverar. Mulher é uma conquista diária”, declara ele, que vê a paulista a cada dois meses por conta da distância.
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