Kaysar sairia se fosse julgado só pelo que fez na casa
O sírio maravilha é um barato. Bom jogador, conseguiu passar incólume aos grandes confrontos dos primeiros meses de programa. Mesmo trafegando abaixo do radar dos outros participantes, sua presença foi bastante notada pela audiência. O drama que vive seu país de origem é pauta recorrente em jornais. Estamos todos preocupados com a família de Kaysar.
Mas o fato de ter uma história pregressa tão forte acabou criando um vão em relação aos outros participantes. Por mais que Gleici tenha tido lapsos de protagonismo, foram breves e sua luz já apagou faz tempo. Kaysar caiu nas graças de importantes setores da sociedade e é o franco favorito ao título.
Se fosse julgado apenas pelas atitudes dentro da casa, provavelmente já teria sido eliminado em algum paredão de pouca repercussão. Só que o fator externo, a saga familiar e geopolítica na qual está envolto, fez com que ele passasse a ser visto como uma espécie de herói. E ele sempre usa essa carta de maneira muito acertada. É o supertrunfo.
Claro que é inevitável julgarmos o elenco do "BBB" pelos contextos anteriores ao confinamento. Mas fazer disso o principal ponto para eleger o vencedor é um retrocesso. Algumas temporadas promissoras se tornaram desagradáveis quando o centro do debate virou descobrir quem precisava mais do dinheiro.
Ao incluir este personagem de um passado tão triste e um objetivo tão nobre (buscar os pais na Síria), a Globo prejudicou o equilíbrio do jogo. Quem teria coragem de votar contra um refugiado de guerra? Eu é que não.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
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