Avesso ao tema, Leifert apresentou o "BBB" mais político
Tiago Leifert não quer parar pra pensar em coisa séria enquanto se diverte com seus joguinhos, seja no console do videogame, no futebol da TV e, imagino, no "Big Brother Brasil". Um texto do apresentador na revista GQ deu origem a certo debate ao afirmar que esporte e política deveriam ser elementos que não se misturam.
Segue um trecho do texto, que pode ser lido na íntegra aqui:
“Não acho justo hackear esse momento, pelo qual está sendo pago, para levar adiante causas pessoais. É para isso que existe a rede social: ali, o jogador faz o que quiser. No campo? Ele está para entreter e representar até mesmo os torcedores que votam e pensam diferente.”
O que não faltou foi hacker nessa temporada. Os participantes aproveitaram-se da transmissão ao vivo pela Rede Globo para mandar mensagens bem claras. E discordo que sejam causas pessoais. A política é um jogo tão coletivo quanto o curling.
O texto prossegue:
“Acho também que temos de respeitar os espaços destinados à diversão, senão nosso mundo vai ficar ainda mais maluco. Imagine só: você chega em casa cansado, abre uma garrafa de vinho e ela grita “Fora, Temer!”. O catupiry da pizza veio em forma de letras “Lula preso amanhã”, e ainda usaram uma calabresa para fazer a letra O. A gente precisa respirar.”
Já na primeira eliminação, Mara Telles mandou um “Fora, Temer”. Viegas também entoou o mesmo bordão, e antes havia também se posicionado no confessionário contra William Waack. Ninguém pediu Lula preso, mas a primeira manifestação pública da campeã Gleici foi um sonoro “Lula livre”, antes mesmo de falar com Leifert.
Mas a política não ficou só nas frases feitas. A postura de Nayara, que se colocou lá dentro como um avatar das causas que defende, parece ter incomodado bastante. Vamos relembrar, em transcrição do Buzzfeed, o discurso para a única jogadora eliminada com rejeição que não mereceu palavras de carinho.
“Esta casa, especificamente, está com uma outra ‘nóia’. Vocês não são mais vocês mesmos. Agora vocês representam algo. ‘Ah, eu represento a comunidade X’. ‘Fulano representa a comunidade Y’. ‘Eu represento sei lá o quê’. Deixa eu falar a real. Ninguém aqui fora deu procuração pra vocês representarem ninguém aí (...) A gente preferiria que vocês baixassem o escudo. A gente não ficou olhando de onde vocês eram, a gente gostou de vocês. Abaixa o escudo, vamos conversar nós aqui. Sem esse negócio de representatividade, que isso daí não leva a nada".
Por mais banal que o programa seja, creio que nunca será banal o suficiente para valer algo como ‘representatividade não leva a nada’. É um jogo de identificação, afinal de contas. Toda vez que o Kaysar falou de guerra e sobre a situação da família dele lá, era política - ainda que de um jeito menos polêmico por conta da distância geográfica e até emocional da situação.
Mas vivemos uma fase no país em que muita gente está interessada no assunto e vai ser cada vez mais difícil ter um "BBB" ou um jogo de futebol ou pebolim totalmente dissociado da política. É melhor o Tiago Leifert já ir se acostumando (brincadeira, pessoal).
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.