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Dilma e Serra insistem no "discurso do medo" em seus programas

Mauricio Stycer

14/10/2010 13h56

Reproduzo no blog texto meu publicado na noite de quarta-feira no UOL Eleições sobre os programas eleitorais dos candidatos à Presidência.

Cada um do seu jeito, com as suas armas, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) voltaram a duelar na propaganda eleitoral gratuita em torno de valores e sugestões que seus adversários representam um perigo ao eleitor.

Falando de Serra, uma narradora de seu programa disse: "Quantas brasileiras ele já salvou com os mutirões da saúde". E completou, depois de enumerar outras iniciativas do candidato: "O presidente que a família brasileira precisa".

Com este apelo às mulheres, a ênfase em imagens de grávidas, sua presença em Aparecida e críticas a Dilma por mudar de opinião, Serra mais uma vez procurou fixar a ideia que é um candidato mais confiável que a rival.

No momento mais agressivo, no encerramento, o programa tucano apresentou uma música chamando a atenção de temas a respeito dos quais a petista teria mudado de posição. "A dona da Dilma, como é que é? Não dá confiar, não sei quem é. Já quis mexer na lei sobre o aborto, mas na propaganda já mudou, diz que não quer".

O programa de Dilma bateu na tecla da "continuidade com inovação". O presidente Lula apareceu apenas brevemente, numa imagem já exibida anteriormente, para dizer que "não tem ninguém mais preparado" que sua candidata.

Dilma prometeu "comparar sem ofensas pessoais" o governo Lula com o governo FHC. Como mostrou nos seus últimos dias, recorreu a ideia que o tucano pode colocar em risco os programas sociais do governo petista.

Referiu-se aos adversários como "a turma do contra" – contra o Prouni, PAC e Bolsa Família. Numa versão mais suave do "discurso do medo", Dilma assegurou que representa "o caminho seguro".

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.