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Minha carta para Geisy

Mauricio Stycer

15/10/2010 20h16

Tenho escrito às quartas e sextas-feiras no UOL Televisão sobre a terceira edição do reality "A Fazenda", exibido na Record. Todos os meus textos podem ser lidos aqui. Nesta sexta, escrevi sobre a eliminação de Geisy Arruda, e percebi que muitos leitores entraram no blog querendo comentar o texto. Republico-o, então, abaixo.

Carta aberta a Geisy Arruda, a maior diversão da "Fazenda"

Geisy,

Escrevo esta carta em tributo aos momentos divertidos que você proporcionou na "Fazenda". Uma injustiça esta tua eliminação com 57% dos votos. Quem eram os seus adversários? Janaína Jacobina? Não conhecia. Dudu Pelizzari? Nunca tinha ouvido falar.

Você é mesmo uma vencedora, como disse sua mãe, ao te receber e consolar depois da eliminação. Você pode não saber, mas contou as melhores piadas no programa, o que não é pouca coisa num lugar repleto de piadistas natos.

Quem mais poderia justificar os motivos para continuar no reality com tanta sinceridade como você? Falar do seu "dinamismo com os animais" foi comovente. Ver você conversar com o burro, tentar andar a cavalo ("como é que segura a rédea?"), correr atrás de galinha… Ninguém foi tão amiga deles quanto você.

Aliás, o Tico Santa Cruz posou de amigo seu, te abraçou, fez cafuné nos seus cabelos, mas ficava rindo de você. Muy amigo… Onde já se viu te chamar de Magda? Qual o problema de dizer "holofortes" em vez de "holofotes"? Ou falar "preferer" em vez de "preferir"? Riram porque você não sabia o significado da palavra "punk". E daí? Será que o Tico sabe? E "personal trailer"? O público não percebeu a sua ironia ao inventar esta palavra.

E a Piu Piu? Fez piada só porque você falou "Nestrê" em vez de "Nestlé". Sua resposta foi antológica: "Eu não sou como você, eu não uso meu corpo para ficar conhecida. Você fica aí desfilando o dia inteiro de fio dental". Quanto despeito do público que não gostou de ouvir isso…

E o Britto Jr.? "Melhora essa carinha", ele te disse, logo depois de anunciar a sua eliminação do programa e te ver chorar. Não fique chateada. Ele não sabe o que diz. Você ouviu o discurso que ele fez antes? Pois é. Ninguém entendeu nada.

Geisy, você vai fazer falta na "Fazenda". Mas pense de forma positiva. É o programa que está perdendo você.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.