Final de "Passione" afronta o senso comum
Mauricio Stycer
15/01/2011 11h04
A trama de Silvio de Abreu enfrentou os típicos altos e baixos de uma viagem longa, iniciada em 17 de maio de 2010. Divertiu, emocionou e irritou seu público, como se espera de uma telenovela. Provocou discussões, causou polêmicas, foi alvo de chacota – não deixou de ser assunto ao longo de oito meses.
"Passione" teve ótimas tramas e grandes personagens. O núcleo cômico, formado pelos emergentes do Tatuapé, e todos seus agregados, além de Berillo e suas duas mulheres, divertiu do início ao fim.
O par principal de vilões, encarnado pelos pobretões ambiciosos Fred e Clara, deu show de maldades. Igualmente, o mau caráter Saulo fez tudo e mais um pouco que se espera de um vilão milionário. Também achei bem interessante, pelos problemas que levantou, o clã absurdamente desestruturado dos Gouveia, incluindo a família de Saulo.
Como a maioria dos espectadores, fiquei frustrado com o "segredo de Gerson" e achei a heroína Diana uma das personagens mais sem graça da novela. O núcleo italiano, em particular os três filhos homens de Totó, teve pouquíssima função dramática. E alguns personagens essenciais não foram representados por atores à altura, caso evidente da Stela de Maitê Proença.
"Passione", em resumo, foi uma boa companhia nesse tempo todo. Afinal, não é isso o que esperamos de uma novela?
Em tempo: agradeço a todos os leitores que me alertaram sobre a confusão que fiz com os nomes das atrizes Gabriela e Débora Duarte, já corrigida.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.