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As broncas de Boninho mostram o caráter infantil do BBB

Mauricio Stycer

10/02/2011 09h27

O massagista Jean Massumi foi uma das estrelas do BBB3. O programa, vencido pelo popular Dhomini, ajudou a revelar a trepidante Sabrina Sato, além da atriz Juliana Alves.

Massumi saiu do programa na penúltima semana, com a fama, segundo as suas palavras, de "demônio", por ter articulado uma estratégia com os homens da casa (que Mr. Edição chamou de "Máfia de Cuecas") no esforço de eliminar as mulheres e combater Dhomini.

Nesta quarta-feira, em sua passagem pelo UOL para participar do programa "BBB na Berlinda", Massumi relembrou a maior bronca que levou do diretor Boninho durante o reality show.

Ocorreu durante uma prova da comida. Divididos em dois grupos de quatro, os participantes teriam que passar dias acorrentados para cumprir a tarefa. A certa altura, diante do incômodo da situação, Massumi propôs a seus colegas de grupo simplesmente desistir da prova. Perderiam a prova, raciocinou, mas não se desgastariam à toa.

Foi quando, segundo seu relato, o diretor começou a gritar com ele. O som para o público foi cortado, naturalmente. Massumi conta que ficou abalado com a bronca que levou de Boninho na frente de todos os seus colegas.

Nesta edição, ocorreu uma situação semelhante quando Cristiano disse que pensava em indicar alguém para o paredão na sorte, por meio do "palitinho". Boninho ameaçou eliminar o participante do jogo, argumentando que ele tinha que escolher seriamente alguém. O áudio da briga do diretor vazou e pode ser ouvido aqui.

A notícia sobre a volta do "sabotador" obedece a mesma lógica. A atividade, imitada do BB norte-americano, foi introduzida no BBB11 como "novidade", mas fracassou depois de duas semanas. Com regras confusas e mal explicadas, um participante escolhido pelo público tinha uma missão a cumprir e, se fosse bem-sucedido, ganhava R$ 10 mil.

Agora, o diretor promete reintroduzir a brincadeira, mas sob nova premissa. Será a própria produção que vai "sabotar" os participantes, sem que eles saibam, na tentativa de criar intriga e desconfiança.

Segundo o jornalista Daniel Castro, a suspensão da brincadeira inicial ocorreu depois que "os brothers começaram a articular uma forma de permitir que cada sabotador conseguisse cumprir sua missão e ganhasse os R$ 10 mil de prêmio." Em outras palavras, a mudança serve para punir os participantes.

Estas três histórias, entre muitas outras semelhantes, apenas ilustram o caráter infantil do jogo.

Em tempo: a entrevista com Jean Massumi por ser vista aqui. Ou na TV UOL, abaixo:

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.