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Aguinaldo Silva ironiza “pirotecnia” em novelas da Globo

Mauricio Stycer

13/04/2011 17h01

Autor da próxima trama das 21hs na Globo, intitulada "Fina Estampa", Aguinaldo Silva está preocupado com a queda na audiência de todas as novelas da emissora, a despeito, ou por causa, da "pirotecnia" que elas têm exibido.

Depois de observar que "Cordel Encantado", cuja estreia na última segunda-feira alcançou índices no Ibope inferiores à "Araguaia", que a precedeu, Aguinaldo Silva lembrou no Twitter do investimento que tem caracterizado o primeiro capítulo de todas as novelas da Globo. Escreveu:

"Insensato Coração" teve até desastre de avião e todo o mundo se limitou a dizer: I beg your pardon?

"Morde e Assopra" começa com terremoto no Japão, dinossauros, robô, vaquinha anã e o público, ó: tudo no botequim da esquina!

Agora "Cordel Encantado" começa na Idade mais ou menos Média, pula pra Lampião Rei do Cangaço e a tchurma foi tomar água de coco na praia!

Gente, que está acontecendo com os noveleiros? Os primeiros capítulos das novelas são cada vez mais sofisticados e a audiência ó: nem aí!

Na sua visão, para uma novela ser bem-sucedida ela precisa ser o mais realista possível. "Porque pra mim, ou a novela fica igualzinha à vida real e as pessoas acreditam nela e mergulham de cabeça, ou então… Babau!", escreveu no Twitter.

Em seu blog, voltou a tratar do assunto, com mais ironia. Disse estar "pouquíssimo preocupado com a pirotecnia em moda nos primeiros capítulos das novelas". E ironizou: "Do jeito que vai, em breve alguém começará a novela com cenas dignas de um filme sobre o fim do mundo."

Em todo caso, no Twiiter, tentou temperar o que pode ser visto como arrogância com uma pequena dose de humildade: "Mas claro, o único que está certo é o público, eu tenho apenas minhas teorias e elas podem não estar corretas, portanto… Ai meu Deus!"

Em tempo: A propósito da estreia da nova novela das 18h, escrevi o texto "Cordel Encantado" apresenta qualidades que faltam a outras tramas da grade global, publicado no UOL Televisão.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.