Tipos de leitor – o Falando com o Ídolo
Mauricio Stycer
13/04/2011 10h12
Conheço este leitor desde os tempos em que trabalhei no "Lance!", entre 1997 e 98. O jornal era apenas um suporte para o Falando com o Ídolo mandar recados, fazer pedidos e se comunicar diretamente com seu craque preferido.
Recebíamos muitas cartas como esta: "Dodô, eu moro em uma rua em frente a sua. Já joguei bola com seu irmão e gostaria de ganhar uma camisa sua com autógrafos de todos os jogadores do São Paulo". Ou: "Viola, gostaria de assistir um treino lá no CT".
Escrevendo sobre televisão, recebo atualmente muitos e-mails e comentários do Falando com o Ídolo. "Xuxa! Não ligue pra quem torce contra. O Roberto Carlos (cantor) é o Rei e você continua sendo a Rainha. Torço por você", escreve uma leitora. "Não dá bola para quem fala mal de você, Silvio. Você é o maior comunicador da televisão brasileira", recomenda outra. "Galvão, você é dez", elogia outro.
Tenho grande simpatia pelo Falando com o Ídolo. Querendo ou não, ele acredita que o blogueiro (ou o site ou o jornal) para quem ele envia as suas mensagens pode ser um canal de comunicação com quem, de fato, ele está interessado em dialogar.
Durante o BBB11, o Falando com o Ídolo enviou muitas mensagens ao diretor e ao apresentador. "Tenho uma ideia que pode ajudar a levantar novamente o programa, Boninho. Me dá uma chance de te mostrar". "Bial, adoro tudo que você fala. Você é a alma do BBB".
Alguém poderá dizer que o Falando com o Ídolo é ingênuo. Talvez. Realmente, parece ingenuidade querer falar com alguém que você admira por intermédio de um blog. Mas nestes tempos velozes e furiosos, não deixa de ser uma expressão de afeto que, ao menos, reconforta quem a lê.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.