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Caso Giggs envolve até ataque de mascarados a paparazzi

Mauricio Stycer

25/05/2011 12h20

O impacto do jornalismo de celebridades na Inglaterra não tem paralelo no mundo. Para o bem e para o mal, a fúria dos tablóides e dos paparazzi ingleses tem provocado reações que desconhecemos no Brasil. O caso do jogador Ryan Giggs, que explodiu esta semana, é exemplar.

Há meses, Giggs, jogador-símbolo do Manchester United, conseguiu na Justiça proibir qualquer menção pública ao affair que teve com uma ex-participante do Big Brother inglês. Casado, pai de duas crianças, o craque buscou a ajuda da lei para se proteger da curiosidade sem limite dos tablóides.

O "Daily Mail" lista em sua edição desta quarta-feira uma dezena de situações semelhantes, nas quais celebridades conseguiram na Justiça impedir que seus nomes venham a público associados a variados "escândalos".

O jornal descreve os casos em questão, sem citar os nomes. Há um comediante que pagou por sexo sado-masoquista, um ator que contratou uma prostituta, um jogador milionário que teria um caso com uma esportista estrangeira e assim por diante.

A proteção judicial se estende não apenas a jornais, emissoras de TV, etc, mas também às redes sociais.

As críticas à legislação não se limitam aos tablóides. Membro do Parlamento inglês, John Hemming é conhecido por sua oposição a este tipo de proteção legal. Em março deste ano, protegido pela imunidade parlamentar, Hemming revelou o nome de um executivo de banco envolvido em um escândalo financeiro.

Nesta segunda-feira, mais uma vez em defesa da "liberdade de expressão", o parlamentar tornou público, no meio de uma sessão legislativa, que Giggs era o jogador sobre quem tanto se especulava.

A revelação de Hemming causou tumulto no Manchester United, que decide a Liga dos Campeões da Europa contra o Barcelona nesta sábado. O técnico da equipe, Alex Fergusson, irritou-se com a pergunta de um jornalista a respeito e o baniu da próxima entrevista. Giggs não treinou na terça-feira, provavelmente para evitar o assédio da imprensa.

Os paparazzi saíram a campo e já descobriram que a mulher de Giggs, que até então mantinha-se ao seu lado, apareceu sem aliança e que o casal, aparentemente, não passou a terça-feira junto.

Para completar o circo, chega a notícia mais surpreendente: na terça-feira, uma van estacionou em frente à casa de Giggs. De dentro, saíram homens mascarados, que atacaram os carros dos paparazzi, furaram pneus e atiraram ovos. Pelo menos seis carros foram atingidos pela fúria dos mascarados, informou a polícia.

PS. Mais informações, além de fotos da mulher e da amante de Giggs, podem ser encontrados aqui, no UOL Esporte.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.