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Com o apoio dos EUA, Lady Gaga canta para gays em Roma

Mauricio Stycer

12/06/2011 05h37

Maior nome da música pop hoje, a cantora americana Lady Gaga participou neste sábado da Europride, a marcha em defesa dos direitos dos homossexuais, realizada em Roma.

A festa ocorre a cada ano numa cidade europeia diferente. Este ano contou com a presença, segundo a polícia, de 400 mil pessoas e passou diante de alguns cartões postais da cidade, como o Coliseu.

Os manifestantes desfilaram em carros abertos e no chão, muitos com cartazes criticando o Vaticano por sua posição contra os homossexuais.

A participação de Lady Gaga, confirmada três dias antes, envolveu diretamente o governo americano. Os organizadores da festa agradeceram a ajuda do embaixador dos Estados Unidos na Itália e a cantora, ao fazer um discurso para a multidão, dedicou palavras de elogio à secretaria de Estado, Hillary Clinton.

Lady Gaga leu um longo discurso no palco armado no Circo Massimo. "As pessoas perguntam frequentemente o quanto eu sou gay e a minha resposta é: sou uma filha da diversidade", disse.  "Nós apenas nascemos deste jeito", falou, repetindo o refrão de sua música "Born This Way".

A cantora falou por mais de 15 minutos. No trecho mais político do discurso, criticou as restrições aos gays em diferentes lugares do mundo, e citou nominalmente Rússia, Lituânia, Polônia, Líbano e "países do Oriente Médio".

Lady Gaga só não fez sucesso ao agradecer o apoio do prefeito de Roma, Gianni Alemanno, do partido do premiê Silvio Berlusconi. Levou uma vaia monumental da plateia.

A cantora usava uma peruca azul e um vestido longo, de festa, emprestado por Donatella Versace. Segundo ela, o traje fez parte da última coleção de Gianni Versace (1946-1997). "Um sonho que virou realidade", disse a cantora sobre o vestido, arrancando gritos e aplausos da multidão.

Lady Gaga cantou apenas duas músicas. Ao  piano, tocou "Born This Way" e, depois de colocar o vestido sobre o instrumento, "The Edge of  Glory".

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.