Pedalar em Berlim não é o paraíso, mas é mais que um sonho
É impossível não se surpreender – e não se encantar – com a presença de bicicletas no cotidiano de inúmeras cidades europeias. Na Holanda, 27% dos habitantes têm bicicleta. A média da Europa chega a 9,5%. Na Alemanha, há 35 mil quilômetros de ciclovias. Em Paris, há 20 mil bicicletas disponíveis nas ruas para aluguel.
A prefeitura de Londres está investindo cerca de R$ 200 milhões na construção de 10 ciclovias em estradas até 2012, quando a cidade recebe os Jogos Olímpicos. Na Alemanha, começa a sair do papel o projeto da primeira ciclovia entre duas cidades, Dussedorf e Duisburgo, 60 quilômetros de asfalto exclusivos para veículos de duas rodas sem motor.
Dei minhas pedaladas semana passada pelas ruas de Berlim. A cidade conta cerca de 500 mil ciclistas, que são responsáveis por 13% do tráfego urbano. São quase 700 quilômetros de ciclovias ou variações, como pistas conjuntas para bicicletas e ônibus ou bicicletas e pedestres.
Há um site especializado em dar indicações de rotas para ciclistas. O metrô dispõe de vagões especiais para bicicletas. Como outras cidades planas, é muito fácil, e pouco cansativo, pedalar por Berlim.
O ciclismo como meio de transporte aumenta a sensação de liberdade. Integradas à paisagem, as bicicletas sugerem a possibilidade de uma vida mais saudável e menos neurótica.
Nem tudo são flores, é claro. Diariamente, há muitos acidentes, alguns graves, com ciclistas em Berlim. Ninguém, com exceção das crianças, usa capacetes. Os ônibus, de fato, respeitam as bicicletas, mas o mesmo não se pode dizer de vans e carros que, constatei, com frequência se irritam com os ciclistas.
A foto que ilustra este texto foi tirada por mim num cruzamento em Kreuzberg, um dos bairros mais bacanas de Berlim. A mãe carrega seu filho na garupa. De capacete, ele bebe tranquilamente a mamadeira, enquanto ela pedala. Parece o paraíso. Ainda não é. Mas é mais que um sonho.
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