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Quando Tiririca é a melhor coisa na programação da TV

Mauricio Stycer

28/06/2011 11h45

Zapeando de um lado para o outro na noite de segunda-feira em busca de alguma diversão na TV aberta…

Mal termina "Insensato Coração", na Globo, começam "Vidas em Jogo", na Record, "CQC", na Band, e "Amor e Revolução", no SBT. Os números de audiência que pipocam no Twitter indicam que a emissora líder perde 10 pontos quando começa a exibir o seu "Tela Quente". Parte do público desliga a TV, parte migra para a concorrência.

A novela da Record ocupa a vice-liderança com o dobro da audiência dos seus outros dois concorrentes, Band e SBT, que disputam palmo a palmo a preferência do público. Isso explica o pedido de Marcelo Tas, antes de um intervalo comercial, para a audiência não mudar de canal. Datena fazia o mesmo apelo no "Brasil Urgente" e continua com esta prática no "Cidade Alerta". É constrangedor ver um apresentador pedir para o seu público não utilizar o controle remoto.

"Amor e Revolução" continua empacada na audiência (em torno de 4%, 5%) e há razões para acreditar que assim vai permanecer. O texto da novela não melhorou, os atores não ajudam e a direção menos ainda. Escrevi no Twitter, brincando: "Nicole Puzzi, Lucia Veríssimo, Luciana Vendramini, Isadora Ribeiro: Isso não novela, é uma coleção de revistas inesquecíveis".

Depois de "Vidas em Jogo", a Record vem com o "Show do Tom". O programa foi inteiramente dedicado a promover a próxima edição de "A Fazenda". Encarnando uma de suas imitações mais conhecidas, "Ana Maria Bela", no programa "Demais Pra Você", o humorista "recebeu" o apresentador Brito Jr., a ex-participante Nany People, o palhaço Tiririca, o promoter Amin Khader  e três travestis.

Tiririca salvou o programa do tédio total com suas intervenções nonsense e uma piada certeira na direção de Britto Jr. Primeiro reclamou com Tom: "Vim de Brasília pra ficar ouvindo isso?" Depois perguntou a Britto se ele tem "tique nervoso" quando apresenta a "Fazenda", obrigando o apresentador a reconhecer que exagera nos gestos e está tentando melhorar.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.