Topo

Globo reconhece que João Sorrisão prejudicava a própria emissora

Mauricio Stycer

14/08/2011 17h07

Durou pouco mais de dois meses uma das promoções mais polêmicas e idiotas já feitas pela Globo – o João Sorrisão. Para quem não sabe, no início de junho  a emissora convidou, por meio do programa "Esporte Espetacular", os jogadores a imitarem o jeito de balançar do boneco na hora do gol – para os lados, para frente e para trás. Foram 66 os contemplados no período – 66 gols comemorados de forma idêntica.

Em 27 de junho, ao tomar conhecimento da promoção, escrevi o texto "João Sorrisão" é capaz de acertar a cabeça da própria Globo no qual alertava que o sucesso da promoção seria capaz de produzir um efeito bumerangue, ou de "bate e volta", como o próprio boneco, e acabar acertando a cabeça da emissora. Afinal, já proibidos de tirar a camisa e de correr para fora do campo na hora da maior alegria, só faltava todos os jogadores comemorarem o gol de uma mesma maneira. Seria um desastre para quem transmite o campeonato.

Neste domingo, Glenda Kozlowski anunciou "novas regras" para promoção, um eufemismo usado para aposentar o boneco e reconhecer o desastre que causou no período. "Quem brincava de Sorrisão, agora vai poder brincar do que quiser", avisou a apresentadora. "Botem a criatividade para funcionar. Pensem as coregorafias mais bacanas que alguém pode inventar. Quem fizer a comemoração mais criativa vai ganhar um João Sorrisão".

O sucesso inicial da promoção mostrou que muitos jogadores comemorariam seus gols do jeito que Glenda pedisse. Menos mal que ela agora solicite que sejam inventivos.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Globo reconhece que João Sorrisão prejudicava a própria emissora - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


Newsletter