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Emissoras escondem improvisos de William Bonner e Ana Paula Padrão

Mauricio Stycer

19/08/2011 11h59

 

 

 

 

 

 

 


 

 

Dois apresentadores sérios, atrás de uma bancada, lêem sem piscar, como se estivessem encarando o público, o texto que aparece diante do teleprompter. Não transmitem emoção, raramente fazem comentários, às vezes parecem robôs. Mais importante telejornal da TV brasileira, o "Jornal Nacional" consagrou este modelo de apresentação de notícias, hoje reproduzido pelas principais redes do país.

Nesta quinta-feira, por coincidência, William Bonner, na Globo, e Ana Paula Padrão, na Record, fugiram involuntariamente do rígido figurino. Um se distraiu e deixou de falar na hora que devia. A outra se emocionou. Ambos fizeram questão de expor os seus lapsos, o que deu um raro tom de humanidade aos telejornais.

Depois da exibição de uma reportagem sobre adoção de crianças brasileiras por italianos, a imagem voltou para Ana Paula, que, visivelmente tocada, disse para seu colega de bancada, Celso Freitas: "Desculpe, estou te interrompendo. Fiquei emocionada com a matéria, Celso".

Já Bonner se atrapalhou e deixou de ler a notícia que lhe cabia no "jogral" depois de Fátima Bernardes. "Me distraí aqui, Fátima", comentou ele, com espontaneidade.

Curiosamente, as "falhas" de Ana Paula e Bonner não aparecem nos sites dos telejornais. No da Record, o espectador pode ver a apresentadora chamando a notícia, mas o vídeo se encerra sem mostrar a sua reação posterior. No site da Globo, que oferece a íntegra do JN, o improviso de Bonner foi cortado, mas naturalmente já se encontra no You Tube.

Atualizado às 14h15: A meu pedido, a Record enviou o trecho do noticiário em que Ana Paula Padrão comenta a reportagem sobre adoção. Ela pode ser vista abaixo:

[uolmais type="video" ]http://mais.uol.com.br/view/11972821[/uolmais]

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.