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Multishow corrige erros, mas segue com cobertura “oficial” do Rock in Rio

Mauricio Stycer

01/10/2011 11h54

Ao escrever sobre os primeiros três dias de Rock in Rio pela televisão, observei que o Multishow "desafinou" na cobertura e apontei, de forma didática, os diversos erros e os poucos acertos cometidos. A apresentadora Luisa Micheletti, alvo de uma das minhas críticas, observou no Twitter, em tom de reclamação, que fiz "uma crítica unilateral".

Confesso que não entendi o comentário da Luisa, mas creio que a direção do Multishow compreendeu meu texto e os de outros jornalistas que lamentaram a qualidade da cobertura inicial. A difícil transmissão de um evento deste porte, nitidamente, ganhou novas orientações nesta segunda semana.

Didi Wagner e a própria Luisa estão se mostrando mais bem preparadas para preencher o vazio entre os shows, além de saírem do estúdio para fazer entrevistas com os astros do espetáculo. A emissora providenciou VTs gravados previamente com informações sobre os músicos. A produção se mexeu para conseguir mais entrevistas. Beto Lee foi praticamente silenciado e Dani Monteiro voltou à área vip.

O Multishow também orientou Didi e Luisa a valorizarem mais a melhor coisa da transmissão, algo que elas, aparentemente, não perceberam na primeira semana: a câmera exclusiva nos bastidores, flagrando os músicos instantes antes e depois de se apresentarem.

Nem tudo são flores, é claro. O humorista Fernando Caruso (dir.) ganhou mais espaço no esforço de fazer o público rir, o que tem sido um suplício. E Didi e Luisa seguem elogiando tudo indiscriminadamente, num tom chapa-branca constrangedor.

Quando todas as atrações de um festival tão eclético são igualmente ótimas, na visão de seus apresentadores, é o caso do espectador suspeitar que há algo errado.

Em tempo: Muito mais mais sobre o Rock in Rio você pode encontrar aqui.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.