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A angústia do apresentador diante do ponto eletrônico

Mauricio Stycer

02/10/2011 08h14

Ferramenta essencial em coberturas ao vivo, o ponto eletrônico mantém o apresentador ou repórter em contato permanente com a equipe técnica do programa que está sendo exibido. Pode ser um discreto aparelho, colocado dentro do ouvido, ou mesmo um "headphone", visível para o público.

O aparelho produz um grande incômodo. É uma voz que fica dando instruções e fazendo pedidos ao apresentador, enquanto ele fala ou entrevista alguém. São comuns os erros e confusões causados pelo ponto eletrônico. "É muita informação na orelha", reclamou Luisa Micheletti durante a apresentação do Rock in Rio pelo Multishow.

Na sexta-feira, Erika Mader, trabalhando na mesma cobertura, entrou no camarim dos músicos Marcelo Janeci e Curumim. Por uma falha técnica, o público ouviu a voz que comandava Erika dizer: "Pergunta como é o clima aqui no camarim". E, em seguida, a repórter perguntar: "Como é o clima no camarim de vocês?" Veja aqui o vídeo.

Em entrevista ao "UOL Vê TV", na última quarta-feira, a apresentadora Marina Person tratou deste assunto. Experiente em coberturas ao vivo na MTV, ela falou da importância de ter jogo de cintura, estar bem informado sobre o assunto que vai cobrir e da paciência necessária com o ponto eletrônico.

"É impossível manter o script por 11 horas. Sempre tem uma câmera que quebra, um convidado que não aparece, um show que atrasa, um vídeo que não funciona. Aliás, o maior desespero do repórter nestes momentos é ouvir 'enrola aí no ponto'", disse ela. Veja o vídeo abaixo:

[uolmais type="video" ]http://mais.uol.com.br/view/12122298[/uolmais]

 

O ponto eletrônico foi personagem importante, também, do famoso discurso de despedida da apresentadora Keyla Lima no programa "Manhã Maior", quando agradeceu pela oportunidade de ter ensinado Daniela Albuquerque. Repare que a primeira coisa que ela fez, mal começou a falar, foi retirar o aparelho do ouvido para se sentir mais livre.

[uolmais type="video" ]http://mais.uol.com.br/view/12022618[/uolmais]

 

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.