A rotina sem glamour de um repórter na natação do Pan
Mauricio Stycer
19/10/2011 20h18
Cheguei ao Centro Aquático Scotiaban por volta das 9h30, 30 minutos antes do início das provas eliminatórias do dia, a tempo de me familiarizar com a estrutura de trabalho disponível para os jornalistas.
O centro dispõe de uma boa sala para a imprensa, com internet sem fio, mesas e café fraco gratuito. Saindo da sala, o jornalista entra diretamente na arquibancada, onde há lugares reservados para assistir as provas. Do lado oposto, num piso inferior, fica a chamada "zona mista", onde os nadadores param para conversar com os repórteres ao fim de cada prova.
Andando rápido, com a mochila carregada nas costas, um repórter em boa forma física percorre a distância entre o local reservado para ver provas e a zona mista em aproximadamente cinco minutos.
Logo me dei conta, então, que ou bem eu assistia as provas ou falava com os nadadores. Seria impossível conciliar as duas atividades. Entre uma coisa e outra, achei que meu chefe iria preferir que eu optasse pela segunda. Assim, dei as costas para a piscina e saí caminhando pelos corredores fechados do centro aquático.
Cercada por grades, essa tal de zona mista fica à saída da piscina. Jornalistas da nacionalidade dos nadadores envolvidos nas provas se reúnem em grupinhos. Os brasileiros estavam numa ponta quando cheguei. A piscina fica a poucos metros, mas não dá para enxergá-la.
Ali no aperto, entre uma parede e a grade, só resta aos jornalistas assistirem às provas por um aparelho de televisão pequeno, colocado diante de nós. No ar, aquele cheiro de cloro, um monte de nadadores passando de um lado para o outro, mas nada da piscina, nada de natação.
Foi assim, sem glamour algum, o meu primeiro dia na natação. O meu relato pode ser lido aqui.
Este texto foi publicado originalmente no blog Sombreros, um dos canais de comunicação da equipe do UOL Esporte em Guadalajara. A cobertura completa do Pan pode ser vista aqui.
Foto: Satiro Sodré/Agif
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.