22 dias em Guadalajara
O Pan de Guadalajara foi, para mim, muito divertido e sem rotina. Tive a oportunidade de acompanhar 23 diferentes modalidades esportivas. Fui apresentado ao raquetebol, assisti pela primeira vez na vida a uma partida de badminton, conheci o "coroa" do boliche e as simpáticas "anônimas" do caratê.
O Pan me permitiu acompanhar de perto dramas e histórias incríveis de superação. De todas, a mais comovente foi a da jogadora Maurine, do futebol feminino, cujo pai morreu quando ela estava em Guadalajara. Também me impressionou muito a força de vontade do cavaleiro Jesper Martendal, que ganhou medalha de bronze três meses depois de uma fratura exposta na perna. E não pude deixar de festejar, como todo mundo, o triunfo do patinador Marcel Stürmer, que ganhou o ouro depois de ter tido os seus patins roubados na véspera do Pan.
Também vi muita desorganização e despreparo da parte dos Jogos. Fiquei assustado com a atleta de bicicross (BMX), que contou ter medo de saltar e disse que seu técnico a orienta por e-mail . Achei muito estranho o regulamento esdrúxulo do squash, que obrigou Brasil e Argentina a disputarem um jogo que não valia nada. E fiquei perplexo com o desempenho da seleção masculina de futebol, que empatou com Cuba e perdeu da Costa Rica. Aliás, em matéria de despreparo, o basquete masculino não ficou atrás, como revelou, com impressionante sinceridade, o técnico Ruben Magnano ao fim de um vexame em quadra.
Vi um atleta de taekwondo ganhar medalha depois de apenas duas lutas, uma vitória e uma derrota. E presenciei o "barraco" entre uma boxeadora e seu técnico depois da sua única luta, uma derrota, que também lhe valeu uma medalha de bronze.
Testemunhei uma partida de tênis com nenhum espectador; assisti um brasileiro sofrer um acidente assustador, mas felizmente sem gravidade, no trampolim; vi o cansaço e a satisfação do atleta brasileiro que terminou a marcha de 50 km em quinto lugar. Estive na prova de ciclismo de rua, tentei explicar o significado de duas provas estranhas, chamadas Omnium e Keirin.
Estive, ainda, em eventos mais tradicionais, como handebol, natação, tiro e vôlei. Se, por um lado, tive o prazer de entrevistar Romário, por outro, tive o desprazer ver o cavaleiro Rodrigo Pessoa dar as costas para mim, irritado com algo que fui orientado pela organização a fazer.
Também falei muito de televisão, como o leitor do blog deve ter acompanhado, em especial a cobertura da Record, com seus exageros, a acusação de uso ilegal de imagens, o reconhecimento da Globo do seu erro, a reclamação de atletas por mais visibilidade e as consequências do fracasso do futebol para os planos da emissora que transmitiu os Jogos . Por fim, nesta segunda-feira, publiquei uma entrevista com Honorilton Gonçalves, vice-presidente da Record, com um balanço da emissora do seu trabalho em Guadalajara e críticas duras à Globo por sua omissão no período.
Só não deu tempo de conhecer Guadalajara. Até a próxima.
Em tempo: Veja dez fatos para lembrar e dez razões para esquecer do Pan-2011 num ótimo infográfico do UOL Esporte.
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