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Coadjuvantes dão brilho especial a “O Palhaço”

Mauricio Stycer

12/11/2011 07h02

Aos 75 anos, Moacyr Franco ganhou o seu primeiro papel no cinema – uma cena de três minutos em "O Palhaço", na qual interpreta um delegado de cidade do interior às voltas com quatro forasteiros de uma trupe de circo. O texto é tão bom e o seu desempenho tão impressionante que ganhou o prêmio de melhor ator coadjuvante no último festival de Paulínea.

O cantor e compositor também usou toda a sua expertise para ajudar o diretor do filme na seleção de músicas da trilha sonora, que inclui clássicos do cancioneiro brega, nas vozes de Nelson Ned, Altemar Dutra e Lindomar Castilho.

O desempenho de Moacyr Franco é apenas um dos achados de Selton Mello em sua terceira incursão atrás das câmeras. Como havia feito no curta-metragem "Quando o Tempo Cair" (2006), protagonizado por Jorge Loredo, e no longa "Feliz Natal" (2008), com a participação destacada de Darlene Gloria e Lucio Mauro, o diretor surpreende com várias de suas escolhas.

Jorge Loredo, aos 86 anos, despe mais uma vez a roupa de seu personagem mais famoso, o Zé Bonitinho, para viver o dono de uma loja de ventiladores que passa as noites contando piadas sem graça para seus funcionários. Ferrugem, ator-mirim que marcou época na década de 70, reaparece quarentão no papel de um burocrata engraçadíssimo.

Igualmente digna de nota é a participação de Teuda Bara, uma das fundadoras do grupo de teatro Galpão, que dá um show com os olhos em "O Palhaço". Mais conhecido do grande público, Tonico Pereira completa o time de coadjuvantes que dão sabor especial ao filme de Selton Mello.

"O Palhaço" estreou há duas semanas e já levou uma pequena multidão aos cinemas. Selton é também protagonista, ao lado de Paulo José, da história. Pai e filho, eles lideram a trupe do circo pelo interior de Minas. Delicado, de humor agridoce, o filme confirma o que "Feliz Natal" já havia sugerido: a boa mão do ator na função de diretor.

Em tempo: Ficha técnica, trailer, fotos e uma crítica de "O Palhaço" podem ser vistos aqui, na página do UOL Cinema. Uma entrevista recente com Selton Mello, na qual ele fala do filme, pode ser lida aqui. Já Paulo José comenta sobre seus filmes preferidos aqui.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.