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No papel de entrevistada, Marília Gabriela se irrita com pergunta e se recusa a falar

Mauricio Stycer

12/12/2011 11h13

Marília Gabriela foi honrada com dois parágrafos em "O Livro do Boni". No primeiro, o ex-executivo da Rede Globo conta como a conheceu. Estava em sua sala em São Paulo quando a secretária entrou aflita. "Havia uma mulher querendo falar comigo a qualquer custo e dizia que não ia embora enquanto eu não a atendesse." Mesmo sem ser autorizada, ela invadiu a sala, conta Boni. "Me pediu uns minutos e falando sem parar, desfilou o seu currículo: – Sou jornalista, repórter, apresentadora, escrevo, sou atriz, canto e… danço."

No segundo parágrafo, Boni conta que a contratou imediatamente. E a elogia: "A Marília me deu muitas alegrias como repórter, tornou-se uma entrevistadora única no seu gênero e uma grande apresentadora. É a maior figura feminina do telejornalismo brasileiro".

No lançamento do "Livro do Boni" em São Paulo, há poucos dias, Marília Gabriela retribuiu os elogios do ex-chefe. Entrevistada por Amanda Ramalho, do "Pânico", se recusou a falar do famoso desentendimento de Boni com Jô Soares, relatado no livro. Foi um diálogo curioso, exibido na noite deste domingo na RedeTV. Famosa como entrevistadora pela perguntas diretas e incisivas, Marília não deixou Amanda nem terminar a sua pergunta e se recusou a responder ao questionamento:

Amanda: Quando o Boni foi no "Programa do Jô" eles não falaram que eram inimigos.
Marília: Você soube isso por onde?
Amanda: Pela imprensa.
Marília: Pela imprensa não. Pela internet.
Amanda: Pela imprensa de internet.
Marília: Imprensa é o que imprime.
Amanda: Não posso terminar a pergunta?
Marília: Não. Porque você está procurando a sacanagenzinha para me pegar, para falar de um cara que eu adoro.
Amanda: Não quero que você fale mal de ninguém.
Marília: Você quer. Você não está querendo uma resposta simples. Você está querendo pegar uma pequena sacanagem. E eu não estou a fim de perder meu tempo.
Amanda: Você está brigando comigo?
Marília: Eu estou falando para você que não vou falar.

Como já escrevi mais de uma vez, ninguém é obrigado a dar entrevista para ninguém. Não foi o caso. Marília Gabriela não se recusou a falar com o "Pânico", apenas não gostou do tema que Amanda tentou levantar  e depois falou tranquilamente sobre outros assuntos com Christian Pior. Curiosamente, depois do vexame, Boni falou abertamente para Amanda e Christian Pior de sua briga com Jô Soares.

Atualizado às 14h: Não achei, inicialmente, necessário sublinhar um dos absurdos ditos por Marilia Gabriela, mas como alguns leitores sentiram falta, acrescento. Ao minimizar o papel do jornalismo na internet, a apresentadora, no fundo, está diminuindo a si mesma. Marília construiu sua carreira em diferentes mídias e sabe muito bem da importância e do impacto de cada uma.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.