Pacto com o público ajuda a explicar o sucesso de “Meia-Noite em Paris”
Ver Woody Allen indicado ao Oscar é sempre motivo de alegria – um claro sinal de reconhecimento de uma produção muito acima da média de Hollywood. Mas as quatro indicações (filme, direção, roteiro e direção de arte) conseguidas por "Meia-Noite em Paris" fazem pensar sobre o tipo de cinema que agrada hoje ao público médio americano.
O sucesso de "Meia-Noite em Paris" se deve, creio, a um truque pouco comum nos filmes de Woody Allen: um pacto com os espectadores, que leva muitos a deixarem a sala de cinema se achando mais espertos e inteligentes do que quando entraram.
Normalmente sutil, o cineasta trata todos os personagens do filme como bobos – a começar pelo protagonista, Gil (Owen Wilson), que vive a fantasia de circular pela Paris de seus heróis literários, Hemingway, Fitzgerald & Cia.
Nesta viagem de Gil pelo túnel do tempo, Woody Allen reproduz todos os clichês e idealizações conhecidos sobre a época e seus personagens. Assim, não precisa explicar nada – e o espectador sai feliz do cinema por entender tudo.
Woody Allen já ganhou três Oscars – pela direção e roteiro de "Annie Hall" e pelo roteiro de "Hannah e Suas Irmãs". Também já foi indicado, sem ganhar, por "Manhattan", "Interiores", "Broadway Danny Rose", "A Rosa Púrpura do Cairo", "Rádio Days", "Crimes e Pecados", "Tiros na Broadway", "Desconstruindo Harry", "Simplesmente Alice", "Maridos e Esposas", "Poderosa Afrodite" e "Match Point".
Em todos estes, Woody Allen exigiu mais do público do que em "Meia-Noite em Paris".
Em tempo: Veja a página especial do Oscar do UOL Cinema com informações, fotos e vídeos dos indicados. Se você ainda não viu, publiquei abaixo um trailer de "Meia-Noite em Paris":
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