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Detetive Vê TV: um “merchan” mal feito e um carro com duas placas diferentes

Mauricio Stycer

06/02/2012 06h01

Há detalhes em uma novela que só as mulheres percebem. Por exemplo, a cor do cabelo ou o penteado das personagens. Esta semana, a jornalista Phydia de Athayde pulou da cadeira enquanto assistia à ótima "A Vida da Gente", na Globo. Veja o e-mail que ela me enviou:

Na novela "A Vida da Gente", capítulo de terça-feira, 31 de janeiro, a personagem Suzana (Daniela Escobar) protagonizou um desses merchandisings forçados e péssimos: a Alice (Sthefany Brito) elogiou o cabelo da mãe, que falou da tintura que usou (!) na mesa de refeição da família (!!) e ainda sacou da bolsa a embalagem (!!!)… Não bastasse o anticlímax desse merchan entrar tão grotescamente na história, hoje (dia 2 de fevereiro) eu ri sozinha ao reparar em um enorme fio de cabelo branco na cabeça da Suzana, na cena em que ela contrata o Renato (Luiz Carlos Vasconcelos) para ser assistente dela. Além do fiozão branco, também estava gritante a desarmonia das cores da tintura, tudo implorando por um cabeleireiro de verdade… Hahaha… Excelente trabalho do departamento comercial, só que ao contrário.

 

 

 

 

 

Fui ver as duas cenas e não é que a Phydia está coberta de razão. Primeiro, o merchan à mesa foi de um mau gosto terrível. Depois, de fato, a marca de cabelo branco aparece muito nitidamente na cena exibida dois dias depois.  Sobre a desarmonia das cores da tintura já não me sinto em condições de opinar…

Já o leitor Samuel Rosa Ramos me chamou a atenção para um detalhe que não atentei no primeiro episódio de "As Brasileiras", exibido pela Globo na última quinta-feira. Quando Janaina (Juliana Paes) e Valquíria (Leona Cavalli) colocam Anderson (Marcos Palmeira) dentro do carro e correm para o hospital, temos a oportunidade de ver duas placas e, tudo indica, dois carros diferentes – uma (NYU-1874) quando a tomada é feita de frente, outra (KFV-8224) quando é feita de trás. Um "erro bobo", como disse o atento detetive Samuel.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.