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Não há notícia melhor para hoje: “Mad Men” está de volta

Mauricio Stycer

23/04/2012 09h34

Um ano e meio se passou. Don Draper se casou com sua secretária Megan – aquela que foi babá de seus filhos na viagem à Califórnia no último episódio da quarta temporada. O publicitário está fazendo 40 anos e pergunta ao filho: "Quando você tiver 40 anos, quantos eu vou ter?" O garoto responde, sem emoção alguma na voz: "Você estará morto".

Eis "Mad Men" de volta, sem perder um milímetro de sua essência. Estamos em junho de 1966. Na luxuosa Madison Avenue, em Nova York, vemos uma passeata pelos direitos civis. A crise vivida pela agência de publicidade de Draper no ano anterior parece superada. Os dramas íntimos do personagem, não.

A HBO exibe nesta segunda-feira, às 21h, o primeiro episódio da quinta temporada. Os fãs americanos foram tratados com mais carinho: há um mês, a volta foi marcada pela exibição de um episódio duplo.

Criação de Mathew Weiner, "Mad Men" é um dos mais complexos e melhores seriados da atualidade. Tive o mesmo estranhamento que Ana Maria Bahiana ao me reencontrar com o programa. "Mais ou menos como quando você revê um velho amigo depois de uma longa ausência e, embora o calor da amizade ainda esteja lá, alguma coisa parece fora de ordem", ela observou, antes de se dar conta do que, de fato, ocorreu:

"Mad Men continuava exatamente o mesmo, eu é que tinha um ano e meio de televisão mais ou menos arquivada nas minhas retinas e no meu cérebro. Um ano e meio de um tipo de narrativa em que rápido é sempre sinônimo de melhor… "

"Mad Men" vai na contramão. Não é "rápida", não é "engraçadinha", não é cheia de efeitos especiais, não aposta em chocar o espectador…

Melhor parar por aqui e evitar os spoilers. Se você é fã e ainda não assistiu ao início da quinta temporada, não há melhor programa na televisão esta noite.

Em tempo: Ana Maria Bahiana conversou com Mathew Weiner, January Jones (Betty) e Vincent Kartheiser (Campbell)  sobre a volta do seriado.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.