Topo

A cena da semana: Record inventa a “prévia da Fazenda”

Mauricio Stycer

03/06/2012 06h01

Quarta-feira, jogo da seleção brasileira às 21h. A Globo altera toda a sua grade para exibir a partida ao vivo e, em consequência, a Record também mexe nos seus programas. Mal termina "Avenida Brasil" e Galvão Bueno dá o seu "boa noite", Britto Jr. aparece na tela para anunciar o início da "Fazenda", ao vivo.

O programa começa normalmente, com a exibição de VTs sobre a reação dos peões ao fato de terem sido divididos em dois grupos — um na sede e outro, em piores condições, no celeiro. Treze minutos depois, porém, Britto Jr. reaparece para informar que o reality show vai fazer uma pausa. "Voltamos às 22h45", anuncia ele. O que aconteceu?

Quem correu ao site da Record naquele momento, à noite, encontrou a informação de que "A Fazenda" iria ser exibida das 21h às 21h45 — e não das 21h às 21h13.

Como a emissora não deu explicações sobre o ocorrido, muitas especulações foram feitas. A mais corrente é que a Record interrompeu abruptamente a exibição da "Fazenda" porque a audiência estava muito abaixo do esperado.

De fato, no momento em que Brasil e Estados Unidos começaram a jogar e Britto Jr. deu início à "Fazenda", o SBT exibia "Carrossel", com o dobro da audiência do reality show da Record.

Na quinta-feira, o site da emissora informava que aquela apresentação de 13 minutos foi "uma prévia da Fazenda". Trata-se, tudo indica, de um novo formato na televisão – a "prévia" de um programa.

Em tempo: A Record recompensou quem assistiu à tal "prévia" da "Fazenda" com um momento único, na fronteira entre o tocante e o cômico. Confinado no "celeiro" havia apenas 24 horas, o cantor Sylvinho Blau Blau, de 47 anos, apareceu chorando e murmurando: "Queria pelo menos ver os bichinhos de perto. Queria saber como é o nome deles".

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.