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A cena da semana: Fernanda Montenegro ri da abertura de “As Brasileiras”

Mauricio Stycer

01/07/2012 06h01

Depois de 21 semanas vendo o desfile de mulheres em poses sensuais na abertura da série "As Brasileiras", o público que acompanha o programa teve o privilégio de assistir a uma cena genial, muito bem-humorada: a atriz Fernanda Montenegro, protagonista do último episódio, apareceu esticando a pele, tentando esconder rugas e fazendo careta. "Fiz aquilo porque não posso concorrer com aquelas beldades todas", ela contou em entrevista a James Cimino. A respeito do episódio, propriamente, escrevi o texto Daniel Filho deixa o melhor para o fim de "As Brasileiras", publicado no UOL Televisão  e reproduzido abaixo.

Na esperança de que a última impressão, e não a primeira, é que fica, Daniel Filho caprichou no encerramento da série "As Brasileiras". Fernanda Montenegro viveu a 22ª, e última, destas "mulheres únicas", segundo a série, representantes do charme e do talento de brasileiras de todas as regiões do país.

Quem teve paciência para acompanhar o programa desde o início foi brindado com um festival de mulheres lindas, de fato, mas vivendo personagens bobas, em textos primários, salpicados de apelação barata.

"Maria do Brasil", ao contrário, contou uma história singela e delicada, sobre uma atriz esforçada, mas pouco talentosa, em final de carreira. "Eu sou o que sou e gosto de ser o que sou", diz Mary Torres, a personagem vivida por Fernanda Montenegro.

Ao lado de Pedro Paulo Rangel, no papel de seu secretário, e de Paulo José, um antigo fã, Fernanda não precisou de muito esforço para divertir e emocionar num papel, ao que consta, com referências à mãe do criador da série.

Com uma narração mais contida, e menos "frases de efeito", o último episódio de "As Brasileiras" deixa a impressão de que Daniel Filho poderia ter realizado, se quisesse, uma série muito mais rica do que a exibida nestes últimos meses.

Em tempo: A audiência do episódio com Fernanda Montenegro foi a mais baixa da série. Leia aqui.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.