Topo

O melhor e o pior dos Jogos Olímpicos na TV

Mauricio Stycer

14/08/2012 08h30

1. O tiro n´água: Anunciado como atração do SporTV, Galvão Bueno acabou tendo uma participação desastrada. Mal-humorado, reclamou dos melhores momentos da festa de abertura, protagonizou uma briga antológica no ar com Renato Mauricio Prado e acabou ofuscando os bons narradores oficiais da emissora.

2. A mãe de todas as gafes: Mal terminou a cerimônia de abertura, Ana Paula Padrão, toda feliz, deu início à apresentação do "Jornal da Record", de dentro do Estádio Olímpico, em Londres. "Você está assistindo o 'Jornal da Globo' ao vivo", disse, para espanto geral. Na tentativa de explicar, saiu-se ainda pior: culpou o fuso horário pela gafe.

3. O narrador apressadinho: No final dos 200 m borboleta, o narrador Rafael Ribeiro, da Record, comemorou a vitória de Michael Phelps quando ele bateu em primeiro lugar nos 100 m. "E ele vem para o ouro! Michael Phelps!", gritou Ribeiro, logo se dando conta que a prova não havia terminado. "Ainda não! Tem mais 100 metros", corrigiu-se. Phelps terminou em segundo.

4. O vexame: O Twitter suspendeu a conta de um jornalista inglês, do "The Independent", depois que ele fez críticas duras à transmissão que a rede americana NBC estava fazendo dos Jogos. Um dia depois, a empresa devolveu a conta ao jornalista e se desculpou.

5. Troféu Sobriedade: Coube ao veterano Alvaro José narrar a mais inesperada das medalhas de ouro do Brasil, a do ginasta Arthur Zanetti. "O Brasil tem um novo herói olímpico", disse, ciente da importância do feito, mas sem se esgoelar.

6. Mancada de "especialista": Encerrada a luta final de Esquiva Falcão, contra o japonês Ryoto Murata, o comentarista Acelino de Freitas, o Popó, pediu a palavra e, vendendo confiança, avisou ao público da Record: "Venceu com dois ou três pontos de vantagem". Esquiva perdeu por 13 a 12 e ficou com a medalha de prata.

7. Comentarista-torcedor: O que mais teve na tela da Record foi ex-atleta encarregado de comentar as competições, mas preferindo torcer. "A gente precisa forçar o saque", dizia Virna durante os jogos do vôlei feminino, como se fizesse parte do time, não da equipe de transmissão.

8. O "poeta" da bola: Numa de suas brigas mais famosas, Romário disse: "Pelé calado é um poeta". Como comentarista de futebol da Record, o Baixinho foi o próprio Pacheco (torcedor-símbolo da Copa de 82). Na final contra o México, disse que o lateral brasileiro Rafael merecia "um esporro" por uma jogada errada que fez e decretou o fim da era Mano Menezes. "É muito fraco".

9. A melhor resposta: Esperança na equipe brasileira de atletismo, Ana Claudia Lemos decepcionou com o quinto tempo nas eliminatórias dos 200 m rasos. "O que você achou da sua participação?", perguntou o repórter do SporTV logo depois da prova. "Uma merda", resumiu Ana Claudia. Para piorar a situação, o comentarista de atletismo, Andre Domingos, e o narrador Roby Porto, recriminaram a atleta.

10. Apatia olímpica: Limitada por não dispor dos direitos de transmissão, a Globo fez uma cobertura protocolar do evento. Só se referiu às competições no passado, para não promover as disputas que ainda iriam ocorrer. Na véspera da abertura, o "Globo Esporte" falou até de sumô para não ter que divulgar a festa alheia. Para quem se diz parceira dos esportes olímpicos brasileiros, deixou muito a desejar.

Em tempo: Publicado originalmente aqui, na página do UOL Olimpíadas, este texto conclui um trabalho cansativo, mas muito divertido, que realizei ao longo de três semanas, acompanhando os Jogos Olímpicos pela televisão.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

O melhor e o pior dos Jogos Olímpicos na TV - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


Newsletter