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Globo muda política e não reprime vazamento de capítulos futuros de “Avenida Brasil”

Mauricio Stycer

16/08/2012 13h06

Nas semanas que antecederam a famosa "virada" de "Avenida Brasil", quando Carminha descobre a identidade de Nina e a cozinheira dá início à vingança contra a madrasta, a Globo tomou medidas drásticas contra o vazamento de capítulos.

Como relatou o colunista Flavio Ricco na ocasião, atores da novela passaram a receber os capítulos com cenas faltando, o que causou enorme mal-estar. "Roteiro de gravações com buracos no texto. Tem profissional se sentindo desrespeitado, mas, fazer o quê?", escreveu Ricco .

Graças a este esforço, a emissora conseguiu manter em segredo muitas das cenas e detalhes da tal virada, que ocorreu a partir do capítulo 100. A audiência, porém, não correrespondeu à expectativa. "Avenida Brasil" manteve os seus bons índices, em torno de 40 pontos, com um ou outro pico, mas não conseguiu superar, na média, a novela anterior, "Fina Estampa".

Nas últimas semanas, jornalistas, atores e integrantes da equipe técnica da novela notaram uma mudança na política da emissora. O esforço para manter em segredo os próximos capítulos desapareceu. Ao contrário, nunca esteve tão relaxada a circulação de "spoilers", com informações sobre o que vai acontecer na trama.

Os capítulos de "Avenida Brasil" são entregues pessoalmente aos envolvidos na novela ou por e-mail. Também estão disponíveis, para quem possui um login e uma senha, num site na internet.

Quando quis manter segredo sobre o futuro da trama, a Globo suspendeu o envio dos capítulos por e-mail bem como pela internet, mantendo apenas a entrega pessoal. Há três semanas, voltou a usar os três métodos.

Revistas, jornais e sites que cobrem este assunto já dispõem de detalhes sobre o que vai ocorrer em "Avenida Brasil" nas próximas duas semanas, até o capítulo 138, previsto para ir ao ar no dia 1º de setembro.

Dentro da emissora, muita gente defende a ideia de que a liberação de capítulos futuros para a mídia ajuda a despertar a curiosidade sobre a novela e, em consequência, elevar a sua audiência. Resta ver se essa nova política vai funcionar.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.