Novelas de sucesso não precisam de "terremoto", mas sofrem pequenos “tremores”
No seu primeiro ano na Globo, em 1967, Janete Clair foi convocada a "salvar" uma novela que estava confusa e com pouca audiência. Sua solução para "Anastácia, a Mulher Sem Destino" se tornou lendária: um terremoto matou mais da metade dos personagens. A trama deu, então, um salto de 20 anos, e seguiu em frente, bem mais enxuta e clara.
Quanto mais longa uma novela, maior é a preocupação de encontrar jeitos de surpreender o espectador e evitar a monotonia. Contra a "barriga" – aquele momento em que a trama se torna repetitiva e pouco atraente – é preciso produzir algum tremor.
Não precisa ser, necessariamente, um terremoto, como fez Janete Clair, mas convém sacudir a novela. É o que ocorre, neste momento, por coincidência, em três novelas que fazem muito sucesso.
Na que estreou há mais tempo, "Avenida Brasil", a vilã Carminha acaba de deixar a mansão no Divino, onde reinava, para curtir um "exílio" na chácara da família, em companhia da empregada Zezé (acima). Neste ninho, ela tramará a sua vingança contra Nina.
Em outra novela da Globo, "Cheias de Charme", a tentativa de combate à "barriga" acaba de produzir a separação das Empreguetes (esq.), o simpático grupo musical formado pelas ex-empregadas Cida, Penha e Rosário, resultado de uma intriga da rival Chayene.
Já em "Carrossel", no SBT, a "bomba" foi o afastamento da professora Helena, muito querida pelas crianças, e a chegada da professora Suzana (dir.), que vai ser odiada pelos alunos.
Mas os noveleiros não precisam se preocupar. Nenhuma das três novelas sofre dos problemas de "Anastácia". Ao contrário, ostentam bons índices de audiência. Por este motivo, os pequenos tremores em "Avenida Brasil", "Cheias de Charme" e "Carrossel" servem apenas para quebrar a monotonia. Logo tudo voltará ser como antes.
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