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Gregório Duvivier atenua piada sobre reality show rindo de si mesmo

Mauricio Stycer

13/11/2012 06h01

Um programa de humor dedicado a "questionar esse negócio de reality show" tinha tudo para resultar afetado, pretensioso. O ator e humorista Gregório Duvivier conseguiu, porém, encontrar um tom simpático e divertido ao se colocar como personagem de um suposto programa sobre a vida de um ator chamado Gregório.

"O Fantástico Mundo de Gregório" descreve o cotidiano deste ator atrapalhado e de sua namorada, Clarice (à dir.), vivida por Clarice Falcão, namorada de Gregório Duvivier e co-roteirista do programa. "Eu sou uma ótima pessoa, só sou contra esse programa", diz a personagem, procurando reforçar a confusão entre ficção e realidade.

"Gosto muito de fazer piada de mim mesmo. Na escola, a melhor maneira de evitar o blullying era fazer bullying comigo mesmo. Me expor ao ridículo… Porque nada é mais ridículo do que ter vergonha do ridículo", disse o humorista ao lançar o seriado.

Duvivier é engraçado e tem um tipo físico que ajuda no humor autodepreciativo à la Woody Allen. Numa das cenas mais absurdas, seu agente consegue um teste para fazer uma publicidade, na qual Gregório disputa o papel com um anão.

"É muito bom, genial, essa maneira como você finge que a sua vida é uma merda", diz o diretor do canal, na cena final do primeiro episódio, ao aprovar a realização do programa. A única condição que o executivo impõe é não aparecer o seu nome nem o da emissora que exibirá a série.

A piada é boa porque "O Fantástico Mundo de Gregório" está acima da média dos programas exibidos pelo Multishow, que contratou e está exibindo a série.

O seriado vai ao às às segundas, às 22h30, com reprises às terças (4h30), quartas (16h30), sextas (2h30), sábados (9h) e domingos (6h e 14h30).

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.