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Filme com Fernanda Montenegro é candidato a seriado na Globo, revela diretor

Mauricio Stycer

27/12/2012 20h49

Filme feito especialmente para a televisão é coisa rara na programação das principais emissoras brasileiras. O que a Globo exibe em horário nobre na noite desta quinta (27), "Doce de Mãe", merece toda a atenção do espectador.

Em primeiro lugar por ter Fernanda Montenegro como protagonista, em cena ao longo de quase todos os seus 70 minutos. E segundo porque o programa é candidato a virar um seriado, de acordo com o que contou ao UOL o diretor Jorge Furtado.

O filme conta a história de dona Picucha, viúva, 85 anos, que reúne os quatro filhos em torno de um banquete de panquecas para contar uma notícia bombástica: a empregada que cuida dela há décadas está indo embora.

Tem início, então, uma delicada comédia, com os filhos se desdobrando, de forma atabalhoada, para cuidar da mãe. Coadjuvantes de luxo em "Doce de Mãe", os herdeiros de dona Picucha são vividos por Marco Ricca, Louise Cardoso, Mariana Lima e Matheus Nachtergaele.

"Eles estão brilhantes, mas o filme foi escrito para a Fernanda. É dela", conta Furtado, diretor de "Meu Tio Matou um Cara" e "Houve uma Vez Dois Verões", além de vários trabalhos como roteirista ou diretor de TV, entre os quais o seriado "Comédia da Vida Privada" e "Decamerão: a Comédia do Sexo".

Furtado jamais havia trabalhado com Fernanda. E ficou encantado. "É a maior atriz do mundo. É impressionante. Não repete duas cenas", conta. "Foram três semanas de filmagem e convivência intensa". Em entrevista no início de dezembro, a atriz falou do trabalho: "Tenho meu lado de comediante. E a Picucha tem esse lado de palhaça. Ela é descontraída, mas tem consciência da finitude dela"

O filme é uma co-produção da Globo com a produtora Casa de Cinema, de Porto Alegre. Furtado, que assina a direção com Ana Luiza Azevedo, define "Doce de Mãe" como uma "comédia humanista", pensando nos "valores bacanas" que o filme discute, ligados a família, amizade e camaradagem.

Ao final da história, a vontade de conhecer melhor Dona Picucha e seus filhos é enorme. "Pode dar um seriado", conta Furtado. "Os personagens estão apenas indicados no filme. Há muitas possibilidades de desenvolvimento, de fazer uma série".

Segundo o diretor, os principais envolvidos no projeto, do núcleo de Guel Arraes, dentro do Globo, estão de acordo com a ideia. "Tudo depende da disponibilidade do elenco". Vamos torcer.

Este texto foi publicado originalmente aqui no UOL.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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