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Presidente do Brasil é personagem em série cômica sobre a Casa Branca

Mauricio Stycer

02/01/2013 15h28

A rede americana NBC estreia na próxima quinta-feira, dia 10, uma nova série cômica, "1600 Penn", na qual os protagonistas são o presidente dos Estados Unidos, sua mulher e seus filhos.

O título do programa se refere ao endereço oficial da Casa Branca, em Washington, no número 1.600 da Pennsylvania Avenue.

Os Gilchrist são apresentados com uma família americana comum, repleta de problemas, com o adicional de que vivem no coração do poder.  O avoado Dale (interpretado por Bill Pullman), incapaz de educar os filhos, é o presidente do país. Ele é casado pela segunda vez e tem quatro filhos.

A série é uma criação de Jason Winer (de "Modern Familiy"), em parceria com Josh Gad e John Lovett. Gad é o protagonista do musical "The Book of Mormon" e vive Skip, o filho mais velho — e mais doido — do presidente em "1600 Penn".

O programa-piloto, exibido no último dia 17 de dezembro, deixa claro que "1600 Penn" é uma galhofa. Não deve ser levada a sério. Faço essa advertência para evitar algum incidente diplomático, caso alguém se ofenda com o retrato do presidente do Brasil, que brilha no episódio, intitulado "Putting out Fires" (disponível no site da emissora e na Apple TV).

Chamado Enrique Ernando Feliz Navidad Soto, o brasileiro (foto ao lado) é o principal rival do presidente Gilchrist na discussão de um acordo comercial com todos os países da América Latina.

Soto é contra a assinatura do acordo desde que foi derrotado de forma humilhante por Gilchrist numa partida de um esporte que lembra squash. Para contornar a resistência do brasileiro, o americano promove uma partida de tênis na Casa Branca, decidido a perder de propósito.

"Eu vou fazer com você o que a China fez com as suas indústrias", promete Soto, antes de a partida começar. "Vou te tratar como você sempre tratou os povos indígenas". Em outra bravata, o presidente brasileiro diz ao americano: "O seu acordo vai se desintegrar, assim como a envelhecida infra-estrutura do seu país".

No momento mais sacana, os presidentes da América Latina estão reunidos e, estimulados por Skip, conspiram contra Soto. Um deles diz: "He´s a bully", o que pode ser traduzido como "um brigão" ou alguém que ameaça e intimida os outros. Outro reclama: "Ele me deixa mensagens terríveis".

Mas a acusação mais grave é feita por um terceiro presidente: "Ele roubou a amante de Miguel". O fato é confirmado pelo próprio presidente Miguel, que acrescenta: "E eu ainda a amo". Por conta disso, todos os presidentes se aliam ao americano e, contrariando Soto, decidem assinar o acordo comercial.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.