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A dois meses do fim, “Lado a Lado” altera o ritmo, acelera e levanta a audiência

Mauricio Stycer

17/01/2013 20h16

Quatro meses depois de estrear, "Lado a Lado" deixou para trás o ritmo suave, ou "lento", na visão de alguns, que vinha adotando, e acelerou repentinamente. Os últimos dois capítulos foram repletos de ação, suspense e drama. Novelão da melhor espécie.

A heroína Isabel (Camila Pitanga) finalmente descobriu o segredo que o público sempre soube a respeito de seu filho. Elias não morreu no nascimento, mas foi roubado pela vilã Constância (Patrícia Pillar) e criado por Zenaide (Ana Carbatti), irmã de sua inimiga Berenice (Sheron Menezes).

Transtornada, nestes últimos dois capítulos, Isabel chorou muito, mas também deu uma surra em Constância, jogou pimenta nos olhos de Berenice e, de quebra, ainda humilhou Catarina (Alessandra Negrini). Na cena que lavou a alma do público, Isabel revelou para toda a sociedade carioca a vilania de Constância.

Para concluir o drama, depois de muito procurar, Zé Maria (Lazaro Ramos) achou o garoto Elias (Cauê Campos) vagando pelas ruas do Rio. Levado à casa de Isabel, o garoto rejeita a mãe.

Estava previsto pelos autores, João Ximenes Braga e Claudia Lage, que a solução desta trama ocorreria antes do fim da novela. Mas, e agora? O que esperar dos próximos dois meses de "Lado a Lado"? A estreia de "O Caribe É Aqui", de Walther Negrão, está programada para 18 de março.

É difícil imaginar, depois destes dois capítulos fortes e melodramáticos, que a novela volte ao ritmo de antes. A preocupação em explicar o contexto histórico da trama não existe mais e o didatismo parece cada vez menos necessário.

Apesar das suas incontáveis qualidades (texto excelente, elenco dando show, ótima produção e direção), "Lado a Lado" não foi, até agora, uma novela que tenha caído no gosto do grande público. Sua audiência está abaixo do esperado desde a estreia.

Quem sabe esta "acelerada" no ritmo não atraia novos espectadores (a audiência de quarta-feira, dia da surra de Isabel em Constância, bateu recorde). Só espero que não perca as qualidades que mostrou até agora.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.