Datena explica novo ataque ao Ibope: "Está na cara que é punição"
Mauricio Stycer
05/03/2013 14h33
O motivo do novo desabafo foi a queda de audiência do "Brasil Urgente" na reta final da edição de segunda-feira. Depois de ter marcado média de 4 pontos entre 16h50 e 18h50, período em que foi exibido em rede nacional (contra 12 da Globo, 7 da Record e 4,5 do SBT), o programa registrou apenas 2,9 de média (contra 18,9 da Globo, 9,4 da Record e 3,2 do SBT) ao passar para a grade local, entre 18h50 e 19h20.
O julgamento do goleiro Bruno foi o principal tema tanto do "Brasil Urgente" quando do "Cidade Alerta", apresentado por Marcelo Rezende na Record. Segundo Datena, que acompanha a audiência minuto a minuto, a audiência do concorrente cresceu quando parou de falar do julgamento. "Aí, eu parei de falar também e perdi dois pontos". Ao final do programa, a audiência do "Brasil Urgente" era de apenas 2,3 pontos.
"O cara (Rezende) sai do caso e sobe três pontos. Eu saio e perco dois. Está na cara que é punição", diz Datena. Segundo o apresentador, a emissora reprova a sua conduta: "A Band já me aconselhou a não falar do Ibope, mas há 15 anos eu estou vendo isso. O Ibope mede errado".
Como muita gente no meio, Datena lamenta a falta de concorrência na medição de audiência. Lembra da recente aproximação do Instituto Nielsen, que anunciou o plano de medir audiência no Brasil, mas desistiu, ao não ter a sua proposta aprovada pelas emissoras, e acabou tornando-se sócio minoritário do Ibope.
"Não pode ter monopólio. Todo monopólio é burro", diz Datena. "Como fico indignado com injustiça, não vou ficar de joelhos para um cara desses", afirma o apresentador, referindo-se ao presidente do Ibope. "Cada vez ele erra mais".
Procurado pelo blog, o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, informou por meio de sua assessoria que nem ele nem o instituto comentariam as declarações de Datena.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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