Neymar e a arte de não dizer nada em entrevistas
Neymar tem 21 anos e atua profissionalmente pelo Santos desde os 17. Em menos de quatro anos, passou da posição de promessa à de maior revelação do futebol brasileiro. Essa rápida evolução fez com que se tornasse, também, o jogador mais assediado pela mídia.
O problema é que poucas vezes ele deu, que eu me lembre, uma entrevista interessante ou uma declaração bombástica ao longo destes anos. Por conta de sua formação, temperamento e treinamento, Neymar é especialista em respostas evasivas. Educado, mas tímido diante dos microfones, muito raramente gera notícia quando fala.
A insistência em entrevistá-lo é natural – todo mundo tem curiosidade em conhecer melhor o maior craque do país. Mas a frustração com os resultados das seguidas entrevistas de Neymar deve servir para alguma reflexão.
Pegue as duas últimas longas entrevistas que o jogador deu à Globo (no "Programa do Jô", há duas semanas, e no "Esporte Espetacular", neste domingo). Em ambas, os entrevistadores se esforçaram, sem sucesso, em fazer Neymar contar alguma história interessante, seja do seu trabalho, seja da vida pessoal.
A Jô Soares, depois de 30 minutos, o craque admitiu que foge de divididas com zagueiros. A Ivan Moré nem isso. Da conversa de 15 minutos com o jogador não sobra uma linha. Moré chegou até a bajulá-lo de forma constrangedora: "As mulheres do Brasil hoje são todas loucas pelo Neymar", disse, sem conseguir arrancar nada do jogador.
O mais curioso na entrevista deste domingo foi a postura de Neymar, descalço com o pé em cima da cadeira do repórter, e a suposta intimidade de Moré, que o chamou de "Ney" e encerrou a conversa com um "Tamo junto".
Não sei qual é a solução, mas é visível que estas entrevistas, muito controladas, não rendem nada e ainda frustram quem assiste, por conta da expectativa gerada. Melhor mesmo é ver Neymar jogar.
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