Só em “Salve Jorge” dondoca entra no elevador para ouvir o celular e morre a golpes de seringa
Mauricio Stycer
19/03/2013 02h00
A primeira morte a golpes de seringa em "Salve Jorge", a de Jessica (Carolina Dieckmann), dividiu o público. Houve quem tenha ficado, de fato, sensibilizado com o drama da jovem, mas muita gente se irritou com os inúmeros absurdos da situação vivida pela personagem. Desta vez, ao repetir o modus operandi para matar Raquel (Ana Beatriz Nogueira), no capítulo desta segunda-feira, Lívia (Claudia Raia) produziu apenas gargalhadas.
Foram vários os absurdos que tornaram a cena risível. Escondida na garagem de um hotel 5 estrelas em Istambul, Raquel ouve Lívia conversar com Wanda (Totia Meirelles) e entende que ela é a líder da gangue. Ao invés de sumir e avisar a delegada Helô (Giovanna Antonelli), a dondoca resolve confrontar a vilã.
Consegue, em seguida, se afastar dela e encontra o namorado, que está dando entrevistas no saguão do hotel. Seria uma oportunidade de pedir ajuda a Elcio (Murilo Rosa) ou mesmo a algum dos jornalistas presentes. Raquel, porém, pede um telefone celular emprestado a ele e…
Raquel telefona para a delegada Helô (Giovanna Antonelli) com o objetivo de avisá-la de que descobriu toda a verdade sobre a vilã. A ligação está ruim. "Helô, você tá me escutando?", pergunta, sem ouvir resposta. O que ela faz então?
Neste momento, Raquel deve ter entrado para a história como a primeira pessoa no mundo que, precisando ouvir melhor o seu interlocutor do outro lado da linha, entrou em um elevador.
Lá dentro, de costas para a porta, começou a falar com Helô. Sim, o sinal melhorou dentro do elevador. E, então, no sétimo andar, a porta se abriu e, sem que ela notasse, quem entrou? Lívia e sua seringa assassina. Raquel vira-se e, perplexa, vê a vilã a atacar com um golpe mortal no pescoço. Fim da história para a dondoca.
O elevador, então, desceu até a garagem, sem parar em nenhum andar, e Livia deixou o hotel sem ser incomodada por ninguém. "Antes que vocês perguntem: o elevador tem câmera sim, mas a Livia tem cúmplices no hotel", avisou Gloria Perez no Twitter assim que a cena foi ao ar e já era motivo de gargalhadas. "Se a vida real fosse tão certinha como um pessoal aqui imagina, a policia pegava qualquer criminoso!", acrescentou a autora.
Atualizado às 11h15: "Adorando o alvoroço causado pela morte da Raquel", Gloria Perez recorreu ao Twitter na manhã desta terça-feira para dizer que é possível, sim, câmeras instaladas em elevadores não funcionarem: "Vou desenhar pra um grupinho aqui: Jura que ninguém aí nunca ouviu falar em câmeras que não funcionam quando é conveniente? Só pra lembrar de casos mais recentes,vide as de Santa Maria, as do caso Bruno: nos dois hotéis que podiam comprovar o sequestro de Elisa as fitas enguiçaram aquele dia! Justo naquele dia! E depois dizem que gostam de realidade! :-))))) aff hem?"
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.