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Thammy canta Gretchen: uma boa surpresa, finalmente, em "Salve Jorge"

Mauricio Stycer

07/04/2013 05h01


A escalação de Thammy Miranda para o papel da policial Jô em "Salve Jorge" foi uma ousadia que revelou-se muito acertada. Sem nenhuma experiência em televisão, a filha de Gretchen era mais conhecida pela vida amorosa agitada, a gravação de algumas músicas esquecíveis e participações em filmes pornôs. "Interpretei vários personagens e fui infeliz em todos. Dancei nos shows da minha mãe, gravei CD, dei autógrafo na minha foto nua. Achava tudo horrível", disse numa entrevista recente a Paulo Sampaio, da revista "JP".

Homossexual assumida, Thammy entrou na novela adotando um visual masculinizado (esq.), próximo da imagem que vinha exibindo em sua vida pessoal. No capítulo que vai ao ar nesta segunda-feira (08), porém, ela aparecerá totalmente diferente, em versão bem feminina (no alto).

A ideia é infiltrá-la na gangue de Lívia (Claudia Raia), Russo (Adriano Garib) e Irina (Vera Fischer). Para isso, apresentando-se como Lohana, a personagem dançará sensualmente na boate em Istambul, chamando a atenção do vilão. A música escolhida para o número de Thammy no local não foi acidental: ela vai dançar justamente "Conga, Conga, Conga", um dos maiores sucessos da mãe.

Ao final da gravação da cena, Thammy agradeceu a Gretchen e a Gloria Perez: "Tenho orgulho por poder ter homenageado minha mãe e orgulho de não decepcionar a Glória que tanto confia no meu potencial".

A relação com a mãe nem sempre foi tranquila. Na quarta-feira, 27 de março, durante a festa que a Globo promoveu para anunciar a sua programação de 2013, Thammy foi chamada ao palco para ajudar na divulgação da nova temporada do programa "Na Moral". Numa conversa com Pedro Bial e William Bonner, ela falou sobre as dificuldades que enfrentou por ser lésbica:

"Eu, Thammy, não tenho opção sexual. Tenho uma condição, nasci assim. Se eu pudesse escolher, preferia não sofrer e ser uma pessoa 'normal'. Quando eu tinha 18 anos e minha mãe, que é evangélica, descobriu, ela me levou à igreja para tirar o 'espírito' de mim. Eu só queria que o pastor parasse de me chacoalhar e de cuspir em mim. Meia hora depois, ele perguntou meu nome. Meia hora me chacoalhando e nem sabia meu nome?"

A história do exorcismo e a menção à mãe evangélica não foram exibidas no dia seguinte, no programa levado ao ar pela Globo.

Leia mais: Thammy Miranda dança "Conga La Conga" em novela e diz que está orgulhosa de homenagear a mãe.

Atualizado em 14/4: Alertado pelo autor , Mister Sam, corrigi o nome da música que a filha de Gretchen cantou em "Salve Jorge". É "Conga, Conga, Conga" e não "Conga, La Conga".

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.