Thammy canta Gretchen: uma boa surpresa, finalmente, em "Salve Jorge"
Mauricio Stycer
07/04/2013 05h01
A escalação de Thammy Miranda para o papel da policial Jô em "Salve Jorge" foi uma ousadia que revelou-se muito acertada. Sem nenhuma experiência em televisão, a filha de Gretchen era mais conhecida pela vida amorosa agitada, a gravação de algumas músicas esquecíveis e participações em filmes pornôs. "Interpretei vários personagens e fui infeliz em todos. Dancei nos shows da minha mãe, gravei CD, dei autógrafo na minha foto nua. Achava tudo horrível", disse numa entrevista recente a Paulo Sampaio, da revista "JP".
A ideia é infiltrá-la na gangue de Lívia (Claudia Raia), Russo (Adriano Garib) e Irina (Vera Fischer). Para isso, apresentando-se como Lohana, a personagem dançará sensualmente na boate em Istambul, chamando a atenção do vilão. A música escolhida para o número de Thammy no local não foi acidental: ela vai dançar justamente "Conga, Conga, Conga", um dos maiores sucessos da mãe.
Ao final da gravação da cena, Thammy agradeceu a Gretchen e a Gloria Perez: "Tenho orgulho por poder ter homenageado minha mãe e orgulho de não decepcionar a Glória que tanto confia no meu potencial".
"Eu, Thammy, não tenho opção sexual. Tenho uma condição, nasci assim. Se eu pudesse escolher, preferia não sofrer e ser uma pessoa 'normal'. Quando eu tinha 18 anos e minha mãe, que é evangélica, descobriu, ela me levou à igreja para tirar o 'espírito' de mim. Eu só queria que o pastor parasse de me chacoalhar e de cuspir em mim. Meia hora depois, ele perguntou meu nome. Meia hora me chacoalhando e nem sabia meu nome?"
A história do exorcismo e a menção à mãe evangélica não foram exibidas no dia seguinte, no programa levado ao ar pela Globo.
Leia mais: Thammy Miranda dança "Conga La Conga" em novela e diz que está orgulhosa de homenagear a mãe.
Atualizado em 14/4: Alertado pelo autor , Mister Sam, corrigi o nome da música que a filha de Gretchen cantou em "Salve Jorge". É "Conga, Conga, Conga" e não "Conga, La Conga".
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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