“Mad Men” ajuda a entender por que a televisão está mais interessante do que o cinema
Mais do que o início da sexta temporada de "Mad Men" na HBO, o verdadeiro motivo de festa, na minha opinião, é a estreia do seriado, desde o início, em um canal aberto, no caso, a TV Cultura, nesta quarta-feira (24), às 22h.
"Mad Men" é um dos melhores exemplos do padrão de qualidade alcançado nas últimas duas décadas pela televisão e ajuda a entender por que muita gente considera que os seriados estão ocupando, cada vez mais, um espaço que já pertenceu a outras formas de entretenimento, como as novelas. Também explica porque gente do primeiro time do cinema, de diretores a atores, passando por roteiristas, está se envolvendo em projetos destinados à TV.
Numa entrevista recente à "Folha", o diretor Fernando Meirelles ("Cidade de Deus") observou: "A TV está mais interessante do que o cinema. Potencialmente, a TV é muito melhor para contar histórias. O longa virou o conto, e a televisão virou o romance. Nada contra o conto. Mas a TV é onde você pode desenvolver seus personagens numa série de 13 horas. Num conto você não chega a isso. Num longa também não. Nada contra o cinema. É uma virtude da TV."
Criado por Mathew Weiner (roteirista de "Família Soprano"), "Mad Men" estreou em 2007. A história se passa em Nova York, no início dos anos 60, dentro de uma agência de publicidade. Com extremo rigor em relação a cenários e figurinos, o seriado descreve este ambiente, de muita criatividade e competição, mas também mergulha na vida pessoal dos principais personagens – os sócios da agência, o diretor de criação, os publicitários em início de carreira e as secretárias.
Não vou me alongar em detalhes do enredo. O que me agrada em "Mad Men" é que se trata de entretenimento adulto, que exige atenção e obriga o espectador a refletir. O seriado discute dilemas éticos e morais sem preconceitos nem didatismo. Não tem a preocupação de ser politicamente correto. É classificado como drama, mas tem humor e sarcasmo em boas doses.
A Cultura informa que adquiriu os direitos das quatro primeiras temporadas (2007-2010) e as exibirá em sequência. O programa vai passar em versão dublada, o que sempre compromete um pouco a recepção, mas amplia o público-alvo. Veja abaixo um vídeo promocional divulgado pela emissora. Sobre a sexta temporada, Ana Maria Bahiana escreveu aqui e aqui.
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