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Quinze anos após o fim, criadores lucram US$ 3 bilhões com reprises de “Seinfeld”

Mauricio Stycer

18/05/2013 16h54

Há 15 anos, exatamente no dia 14 de maio de 1998, foi exibido pelo canal NBC, nos Estados Unidos, o último episódio de "Seinfeld", uma das melhores séries já feitas. Fãs podem ter ficado tristes com o fim, mas Jerry Seinfeld e Larry David, criadores do programa, nunca riram tanto. Segundo o diário britânico "The Independent", desde então os donos dos direitos da série já arrecadaram mais de US$ 3,1 bilhões (algo como RS$ 6 bilhões) em contratos para reexibição dos 180 episódios na televisão.

Seinfeld e David ficaram, cada um, com US$ 400 milhões deste total. Os três outros protagonistas da série (Jason Alexander, Michael Richards e Julia Louis-Dreyfus) não têm direitos sobre as reprises, mas faturam um percentual das vendas em DVDs.

O enorme sucesso, ainda hoje, das reprises de "Seinfeld" mostra, em primeiro lugar, a incrível atualidade da série. E explica, também, porque o programa não está disponível para streaming em serviços como Netflix ou Apple TV. Enquanto houver demanda forte de emissoras, especulam os analistas deste mercado, não haverá interesse em disponibilizar a série online.

No Brasil, "Seinfeld" sempre foi exibido pelo canal pago Sony. Atualmente, a série é apresentada de segunda a sexta, em três horários bem esquisitos, às 5h30, 7h e 8h30 da manhã.

Ao lembrar os 15 anos sem o seriado, o repórter Diogo Guedes, do "Jornal do Commercio", de Pernambuco, entrevistou alguns fãs brasileiros para a produção de uma reportagem publicada neste sábado (18) com o título Mesmo 15 aos depois do fim, Seinfeld segue como influência. Reproduzo abaixo o meu depoimento:

Acho "Seinfeld" uma das melhores séries já feitas. Não concordo que seja uma série sobre o nada, como ficou conhecida. O seu texto, absolutamente genial, discute questões aparentemente banais do cotidiano de quatro tipos relativamente comuns, mas que dizem respeito ou são compreendidas por pessoas de diferentes idades, situações e culturas. Isso é captar o espírito do tempo. Não é pouca coisa para uma comédia. Até hoje lembro e cito situações que vi em "Seinfeld". Fora isso, há algumas inovações formais importantes. Tentei uma vez fazer o meu Top 5 e não consegui. Selecionei 35. (Veja aqui a minha lista)

Em tempo: "Seinfeld" teve enormes dificuldades antes de emplacar como um dos maiores sucessos da TV americana. No texto "Televisão não é ciência" conto algumas histórias sobre os primórdios do programa.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.