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Horário da final escolhido pela Fifa desagrada TVs do Brasil e da Espanha

Mauricio Stycer

30/06/2013 00h36

Ruim no Brasil, péssimo na Espanha, o horário escolhido pela Fifa (Federação Internacional de Futebol) para a final da Copa das Confederações, às 19h de domingo, terá um impacto muito negativo sobre a audiência global da partida.

Na Espanha, será meia-noite quando o holandês Bjorn Kuipers der o apito inicial. Na Ásia será madrugada ou início da manhã de segunda-feira. Mesmo no Brasil, a escolha está longe de ser a ideal – o horário tradicional de futebol dominical no país é às 16h.

O UOL Esporte conversou com representantes de quatro emissoras e com a CBF. Todos demonstraram indignação ou perplexidade em relação ao horário da final.

Há consenso de que se tivesse sido marcada para as 16h (21h na Espanha e em boa parte da Europa), a partida atrairia muito mais audiência.

A Fifa não explicou a razão da escolha. Questionada pelo UOL Esporte, não respondeu. Uma hipótese é que tenha optado pelas 19h em função do horário determinado para a decisão do terceiro lugar, entre Itália e Uruguai, às 13h, em Salvador. Imaginando a possibilidade de prorrogação e disputa de pênaltis, o jogo pode se estender até as 16h. E a entidade não marca partidas sem que haja um intervalo de tempo entre elas.

Não menos polêmica foi a escolha do horário desta partida. O técnico Cesare Prandelli já reclamou: "Temos um dia a menos (de preparação) em relação ao Uruguai. Talvez a fórmula dessa competição precise ser revista, pelo calor, para dar mais tempo às equipes".

Desde a Copa de 1994, a Fifa não marcava partidas disputadas em cidades com altas temperaturas em horário tão inconveniente. A final da competição, entre Brasil e Itália, em Los Angeles, começou ao meio-dia, provocando reclamações gerais.

Na Copa de 2014, no Brasil, quase um terço dos jogos, ou 24 deles, estão marcados para as 13h, horário mais quente em diversas das sedes dos jogos no nordeste ou norte. não demonstrou qualquer preocupação

Questionado a respeito, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, : "Grandes jogadores atuam em qualquer condição. Já jogaram ao meio-dia no México com sol alto. A qualidade do jogo não será afetada", disse. "Em um campeonato com 64 jogos, terá de jogar alguns jogos às 13 horas. É a vida."

Este texto foi publicado originalmente aqui, no UOL Esporte.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.