Não tem um único médico que preste em “Amor à Vida”
Mauricio Stycer
19/07/2013 05h01
Recebi da leitora Andrea Freitas o seguinte comentário sobre a novela "Amor à Vida":
"Assistindo 'Amor à Vida', comecei a ficar incomodada com os médicos. Acho que o Conselho Regional de Medicina deveria fazer, imediatamente, uma investigação rigorosa no Hospital San Magno (rs). Nunca vi, reunidos, tantos profissionais sem caráter. Nesta fase de brigas tão calorosas entre o governo e os médicos, Walcyr Carrrasco vem dando uma 'ajudinha' e tanto (rs). Repare só, TODOS os médicos da novela sofrem de algum desvio moral claro e transparente. Nenhum deles se preocupa e demonstra atenção e respeito pelos pacientes. E, principalmente, eles não se respeitam. Vamos aos exemplos:
1. César (Antonio Fagundes): o médico e presidente do hospital, além de não ter nenhum escrúpulo moral, traindo a mulher, ofendendo o filho, mentindo pra filha, e outras tantas coisitas, não respeita o próprio ambiente de trabalho nem seus pacientes, deixando alguns deles esperando enquanto se amassa com a secretária Aline (Vanessa Giácomo).
2. Glauce (Leona Cavalli): essa daí é uma coisa louca…. Não precisa nem entrar em detalhes (a vilã já até matou uma colega dentro do hospital).
7. Amarylis (Danielle Winits): Vai trair os amigos (Niko e Eron) e colocar o 'amigo médico' (Laerte) em risco, só para conseguir o que quer. Está 'brincando' com uma gravidez, com uma criança e não está nem aí. Aliás, você já a viu 'trabalhando'? Ou está no cafezinho ou zanzando pelo hospital.
8. Paloma (Paolla Oliveira): Essa é a pediatra mais debilóide que existe. Primeiro, mesmo sendo filha de médicos, não se tocou que estava para dar à luz e foi se 'recolher' no banheiro de um bar esculhambado. Depois, ao saber da filha, não se importa com ela, com os problemas psicológicos que ela poderá ter e, logo após um transplante de fígado, a coloca em situações de estresse absoluto, todo santo dia. Sem falar na neura com comida, parece que só isso importa para a 'fantástica' médica. Diz que a mãe não gosta dela, mas me diz qual a mãe que gostaria de ver uma filha envolvida com aquele Ninho (Juliano Cazarré)? E ela ainda acha que a mãe é que não gosta dela…
Sei que em toda profissão temos os profissionais bons e os não tão bons assim, os de caráter e os mau caráter, mas nesta novela TODOS os profissionais tem algum desvio ético.
Sem falar das enfermeiras que, além de viverem dando em cima dos médicos, são fofoqueiras, mentirosas e manipuladoras. Não trabalho na área, mas não acredito que este seja o ambiente dentro de um hospital. Seria bom pegar mais leve…
Ah, pelo que andei lendo, ele está pensando em colocar um médico negro na novela, até porque nessa novela não existe nenhum personagem negro. Já dá pra imaginar o que ele vai aprontar…"
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.