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Na 21ª entrevista com Ziraldo, Jô garante: “a gente nunca repetiu conversa”

Mauricio Stycer

17/09/2013 11h51


Jô Soares está comemorando 25 anos de talk show. O seu primeiro programa,"Jô Soares Onze e Meia", lançado em agosto de 1988, no SBT, ficou no ar até o final de dezembro de 1999. Em abril de 2000, estreou na Globo o "Programa do Jô". Foram 13 mil entrevistas ao longo deste tempo.

O campeão em aparições, disparado, foi Ziraldo, homenageado nesta segunda-feira (16) com a sua 21ª entrevista a Jô. Foi uma conversa bem descontraída, na qual não evitaram brincar, inclusive, a respeito da falta de originalidade na escolha do entrevistado. "Eu não aguento mais", disse o apresentador ao chamar o seu convidado.

No final, Jô falou sério sobre o assunto: "Foram 21 vezes e a gente nunca repetiu conversa". Ziraldo não concordou, especialmente quando foi questionado, numa pergunta gravada por Sergio Cabral, sobre uma famosa bravata que fez na década de 70, garantindo que nunca falhou na cama: "Aqui nesse programa, já falamos disso 400 vezes", reclamou.

Ainda assim, a entrevista foi divertida. Ao longo de três blocos do programa, os amigos conversaram de forma leve sobre um tema delicado, a velhice. Ziraldo está com 81 anos e Jô fez 75.

Foi uma conversa entre amigos, como eles não escondem ser. O desenhista já fez inúmeras capas para livros e cartazes de espetáculos teatrais do apresentador. Sinal da intimidade dos dois, a certa altura Ziraldo perguntou: "O que eu tava falando mesmo?". E ouviu de Jô: "Não faço a menor ideia".

Ao final, o apresentador deixou o entrevistado rir abertamente dele. Ziraldo repetiu o texto que Jô diariamente lê no teleprompter ao começar o seu programa e o questionou: "Pô, você não decorou isso até hoje?" A platéia gargalhou e Jô, sorrindo, disse: "A única coisa que eu realmente lamento é que esta é a última vez que você vem ao programa."

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.