SBT e Record confundem com números diferentes do Ibope de Eliana e Faro
Mauricio Stycer
23/09/2013 13h37
A guerra pela vice-liderança, disputada por SBT e Record, fez uma vítima nesta segunda-feira (23): a verdade. As duas emissoras divulgaram números diferentes para valorizar os desempenhos de suas atrações.
A Record informou: "Em sua edição ao vivo, neste domingo (22/09), 'O Melhor do Brasil', comandado por Rodrigo Faro, registrou seu melhor índice de audiência desde que passou a ser exibido aos domingos: 9 pontos de média, consolidando o segundo lugar. A atração marcou ainda pico de 13 pontos e share de 17%."
Já o SBT avisou: "Eliana conquistou a vice-liderança e venceu o programa do apresentador concorrente, que foi exibido ao vivo. Com crescimento de 30%, no ar das 14h59 às 19h01, Eliana marcou 9 pontos, contra 8 da terceira colocada e 13 da primeira. Na briga com o apresentador da concorrente, das 15h14 às 19h01, Eliana obteve 9 pontos contra 8 do apresentador."
Quem está falando a verdade? Questionei as duas emissoras. A Record reconhece que os números estão arredondados para cima. Em números absolutos, "O Melhor do Brasil", exibido das 15h14 às 19h19, segundo a emissora, conseguiu média de 8,6 pontos. Já o SBT, no horário, teve média de 8,9 pontos.
Já o SBT informa o seguinte: Eliana ficou no ar das 14h59 às 19h. Neste período bateu a Record por 9 a 8. No período em que Faro esteve no ar, das 15h14 às 19h18, Eliana venceu o rival por 8,8 a 8,6. No confronto entre os dois, das15h14 às 19h, o resultado foi 9 a 8 para a loira do SBT.
Com estes dados, não é correto a Record informar que o programa de Faro "consolidou o segundo lugar". Pelo mesmo motivo, também não é exato afirmar, como fez o SBT, que a emissora "conquistou a vice-liderança". Os números apontam para um empate técnico.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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